Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2017
Com maioria, 14 a 11, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) quer atropelar e concluir ainda essa semana a votação da reforma trabalhista, antes do julgamento de cassação da chapa Dilma/Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Quer aprovar na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). E como o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) é relator também na CAS (Comissão Assuntos Sociais), votaria quarta-feira, nessa comissão, e aprovaria requerimento de urgência para levar a votação no plenário no mesmo dia.
O regimento do Senado prevê que a matéria precisa tramitar em apenas duas comissões de mérito (CAE e CAS) para avaliar o impacto econômico e social das mudanças. Lá atrás , na interinidade, o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) tinha assinado um ato prevendo a tramitação nessas duas comissões, sem passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Mas a oposição gritou e, ao reassumir, Eunício Oliveira (PMDB-CE) recuou, mandando tramitar também para a CCJ.
Mas agora, ao invés de votar na CCJ depois da CAE, Jucá já quer matar logo na CAS, melando o acordo. Já sabendo que vai perder na CAE, a oposição vai brigar para aprovar pelo menos uma emenda com forte apelo social, sobre perda de direitos para mulheres grávidas, por exemplo, para ter algum ganho político.
E promete repetir o tumulto que aconteceu na primeira reunião da CAE, quando os senadores Lindbergh Faria (PT-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) partiram para cima de Ferraço para impedir a leitura de seu relatório.
“O acordo é votar em três comissões. Se Jucá atropelar, o clima vai esquentar muito, vai ser uma sessão conturbada. Se quiserem nos tratorar são grandes a chances de ter confronto. Botamos as mulheres na frente. É o desespero de, na véspera do julgamento de cassação de Temer no TSE, mostrar para o mercado que ele tem condições de continuar governando”, avisou Lindbergh Faria (PT-RJ). (AG)