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Por Redação O Sul | 22 de novembro de 2017
Depois de ser publicado no perfil do Twitter do Palácio do Planalto o anúncio de que o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) assumiria como ministro da Secretaria de Governo, a mensagem foi apagada da rede social, minutos depois. O nome de Marun, gaúcho de Porto Alegre, que fez história em Mato Grosso do Sul, foi escolhido pelo presidente Michel Temer, que inicialmente cedeu à pressão de partidos do chamado “centrão” para trocar o titular tucano Antonio Imbassahy pelo parlamentar, o principal nome da ‘tropa de choque’ do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Marun esteve entre os dez deputados que votaram contra a perda do mandato de Cunha (450 votaram a favor) e foi o único a utilizar a tribuna da Casa para defender o colega. Depois de preso, Cunha ainda recebeu visitas do ex-colega em Curitiba, no Paraná.
Marun, que é vice-presidente do PMDB na Câmara dos Deputados, foi indicado pela sigla para o cargo no ministério. A Secretaria de Governo é o ministério que cuida da articulação política do Poder Executivo com o Congresso, e fica dentro do Palácio do Planalto, com grande peso político.
A notícia de que Marun seria empossado durante a mesma cerimônia de posse do novo ministro das Cidades, deputado Alexandre Baldy (GO), logo foi rebatida pelo governo. O secretário de Comunicação da Presidência da República, Márcio de Freitas, desmentiu o fato e afirmou que “conversas acontecem, mas o ministro [Antonio Imbassahy] continua no cargo”.
O recuo do presidente Michel Temer teve como principal embasamento as resistências ao nome do deputado, que levaram o peemedebista a ampliar o leque de consultas, incluindo uma conversa com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. O nome de Marun não está totalmente descartado. Ao contrário, continua forte, mas o presidente quer aparar arestas com lideranças dos demais partidos da base, que fizeram chegar a ele a queixa de que não aceitam aumento da concentração de forças do PMDB no Planalto.
Polêmico
Advogado e engenheiro civil, Marun é uma figura polêmica. Na lista dos “feitos” do deputado que representa o Mato Grosso do Sul, além de ser um aliado muito próximo de Cunha, está o destaque de seu trabalho interno pelo arquivamento das duas denúncias da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Temer. Inclusive, quando a segunda denúncia foi derrubada, Marun ‘esnobou’ a oposição e chegou a fazer uma ‘dancinha da pizza’ no plenário da Câmara em comemoração ao resultado.
Marun é um dos principais defensores do governo no Congresso e é o relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS, criada para investigar os contratos do grupo dos irmãos Batista financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Marun disse não ter ficado decepcionado por ainda não ter sido convidado para assumir a Secretaria de Governo. “Não atrapalha nada. Ao contrário, tenho absoluta convicção da importância da reforma da Previdência. Vou continuar trabalhando pelo governo. Estou aqui”, declarou.