Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2024
O mês seguinte à maior tragédia climática do Rio Grande do Sul chega com boas notícias. O nível de medição do lago Guaíba baixou mais nesse domingo (2), e caiu para 3,48m, bem abaixo da cota inundação de 3,60m. Os dados são da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (Sema).
No sábado (1º), o lago registrou pela primeira vez em um mês marca abaixo da cota de inundação de 3,60 metros, registrando 3,58m na Usina do Gasômetro. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) substituiu o cais Mauá, cuja cota é de 3 metros, pela usina como nova referência oficial da inundação.
O nível da água ultrapassou a antiga marca de três metros no dia 2 de maio. Desde então, o Guaíba continuou a subir e chegou a atingir 5,35 metros de altura. De acordo com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH-UFRGS), os cenários de previsão indicam recessão da cheia, com níveis ainda elevados, mas em declínio lento nos próximos dias em resultado dos volumes afluentes dos rios pelas chuvas da semana passada, com possíveis oscilações e represamentos com elevações temporárias em função do efeito dos ventos.
Segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Morgana Almeida, a previsão é que nos próximos dias, o Rio Grande do Sul não seja afetado pelas chuvas e grandes acúmulos, assim, tendo estabilidade para que água possa escoar sem novas elevações.
“Uma massa de ar frio e seco deixará o tempo estável, ou seja, sem chuva e com temperaturas baixas ao amanhecer e formação de nevoeiros, especialmente nas áreas serranas e de baixada. Há ainda previsão de geada nas serras gaúcha, catarinense”, informou.
Mudança
Na semana passada, o governo do Rio Grande do Sul anunciou uma mudança importante no critério de medição do nível do Guaíba, em Porto Alegre. O Cais Mauá deixou de ser o local de mensuração, que agora é realizada na Usina do Gasômetro. Mais que a localização, a principal modificação diz respeito à cota de transbordamento, que passou de 3 metros para para 3,60 metros.
A mudança na cota de inundação deveu-se a declividade da linha d’água e ao relevo submarino.
A régua de medição, originalmente instalada no Cais Mauá, foi desativada depois que ficou danificada com a enchente de 2 de maio. Desde o dia seguinte uma régua emergencial estava instalada na Usina do Gasômetro. No entanto, a cota de inundação foi mantida em 3 metros, como se ainda estivesse no Cais Mauá.
No novo ponto de medição, instalado desde 3 de maio e já usado antes como parâmetro pela ANA, a cota de alerta passou a ser de 3,15 metros e a de inundação, de 3,60 metros. O professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH-UFRGS), Fernando Dornelles, detalhou por qual motivo foi realizada a mudança de estação de medição.
“Durante a subida a régua, o instrumento foi atingido pela inundação e ficou inoperante. Então foi emergencialmente instalar uma régua a dois quilômetros e meio adiante daquele ponto que foi o monitoramento emergencial. Na ocasião, a instalação se colocou na mesma leitura, mas não se levou em conta a declividade da linha d’água que estava acontecendo naquele momento. Isso aí é um procedimento que é bastante comum, as inundações extremas, elas levam esses instrumentos e a gente fica sem monitoramento até que se restabeleça de alguma maneira temporária”, descreveu.
Voltar Todas de Rio Grande do Sul