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Brasil Hacker diz que não editou mensagens e que Manuela D’Ávila fez a ponte com o site Intercept

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Walter Delgatti já foi preso por documento falso, tráfico e por usar carteira falsa de delegado de polícia. (Foto: Reprodução de internet)

Em depoimento à PF (Polícia Federal), um dos presos na terça-feira (23) sob suspeita de ter hackeado celulares de autoridades, Walter Delgatti Neto, de 30 anos, afirmou que obteve o contato do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, por meio da ex-deputada Manuela d’Ávila (PC do B), e que não editou as mensagens de membros da Lava-Jato antes de repassá-las.

O teor do depoimento dele foi revelado nesta sexta-feira (26). Um dia antes, o jornal Folha de S.Paulo havia revelado que, nesse mesmo depoimento à PF, Delgatti disse que encaminhou as mensagens a Glenn de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira.

Segundo o depoimento, Delgatti procurou Grennwald por conhecer sua atuação no vazamento de documentos secretos dos EUA, no caso de Edward Snowden. O compartilhamento com o Intercept, segundo o preso, foi voluntário e não envolveu pagamento. Delgatti relatou que o primeiro hackeamento que fez foi do promotor Marcel Zanin Bombardi, de Araraquara (SP), que o havia denunciado por tráfico de medicamentos de uso controlado.

No celular do promotor, Delgatti encontrou um grupo no aplicativo Telegram formado por procuradores da República, chamado “valoriza MPF [Ministério Público Federal]”. Pela agenda de um dos procuradores desse grupo, o suspeito disse que conseguiu acesso ao celular do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).

Pela agenda de Kataguiri, ainda segundo o suspeito, ele obteve o número do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Entre os contatos de Moraes, Delgatti obteve o do ex-procurador-geral Rodrigo Janot e, pela agenda dele, chegou aos números dos procuradores da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, entre eles Deltan Dallagnol, Orlando Martello Júnior e Januário Paludo.

De acordo com o suspeito, as invasões aos aparelhos foram realizadas de março a maio deste ano, e o material foi enviado ao Intercept no Dia das Mães (12 de maio). “[Delgatti disse] que pode afirmar que não realizou qualquer edição dos conteúdos das contas de Telegram das quais teve acesso; que acredita não ser possível fazer a edição das mensagens do Telegram em razão do formato utilizado pelo aplicativo”, consta do depoimento.

“Através da agenda do Telegram do procurador Deltan Dallagnol teve conhecimento do número de telefone utilizado pelo ministro Sérgio Moro; que não obteve nenhum conteúdo das contas de Telegram do ministro Sergio Moro”, continua o depoimento.

O suspeito contou à polícia que, por meio da agenda de Dallagnol, teve acesso aos números de juízes do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), como Abel Gomes, e não se lembra de ter invadido celulares de policiais federais que atuam em São Paulo.

Disse também que entrou nas contas de procuradores da operação Greenfield, que atuam em Brasília, mas “não encontrou nada ilícito no conteúdo das conversas”, sugerindo que, devido a essa avaliação, não as copiou.

Delgatti deu detalhes de como chegou a Manuela d’Ávila para conseguir o contato de Greenwald. Ele relatou que conseguiu o celular da ex-deputada na lista de contatos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e, “por sua vez, conseguiu o telefone da ex-presidente Dilma através da lista de contato do Telegram do ex-governador Pezão [MDB-RJ]”. O suspeito afirmou que não armazenou nenhum conteúdo das contas de Dilma e Pezão, e que não se lembra de como obteve o número do emedebista.

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