Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2021
A agência de inteligência da Coreia do Sul disse que a Coreia do Norte tentou roubar informações sobre as vacinas contra o coronavírus após hackear a farmacêutica Pfizer, que produz um dos imunizantes em uso contra a covid-19. A informação foi confirmada nesta terça-feira (16) pelo deputado sul-coreano Ha Tae-keung.
Casos de espionagem digital contra órgãos de saúde, cientistas que pesquisam vacinas e farmacêuticas aumentaram muito nesta pandemia de covid-19, com grupos apoiados por governos tentando encontrar brechas para obter irregularmente informação sobre a pandemia.
De acordo com o parlamentar, que integra um conselho de inteligência da Coreia do Sul, a Pfizer está entre as empresas hackeadas.
“Houve tentativas de roubar a tecnologia para vacinas e tratamentos contra a Covid por meio de ataques cibernéticos”, afirmou Ha.
Os escritórios da Pfizer na Ásia e na Coreia do Sul não comentaram o caso. O gabinete do deputado confirmou as declarações, mas não disse quando ocorreu a invasão nem se houve sucesso na tentativa dos hackers.
‘Exército de hackers’
No ano passado, o Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coreia do Sul acusou hackers norte-coreanos de penetrar em sistemas de ao menos nove empresas da área de saúde, inclusive das desenvolvedoras de vacina Johnson & Johnson, Novavax e AstraZeneca.
A Coreia do Norte frequentemente recebe acusações de ter um “exército de hackers” usado para driblar as várias sanções internacionais impostas ao governo de Kim Jong-un e obter dinheiro. Segundo especialistas, os invasores norte-coreanos parecem estar mais interessados em vender os dados do que usá-los desenvolver uma vacina local.
Pyongyang também roubou mais de US$ 300 milhões em criptomoedas nos últimos meses por meio de ataques informáticos destinados a financiar seus programas nucleares e balísticos proibidos, de acordo com um relatório confidencial da ONU divulgado alguns dias atrás.
A Coreia do Norte espera receber quase 2 milhões de doses da vacina de Oxford e do laboratório AstraZeneca até meados deste ano pelo consórcio Covax. O país não tem registros de casos de coronavírus desde o início da pandemia, mas autoridades da Coreia do Sul dizem que pode ter havido, sim, um surto de covid-19 no ano passado devido aos contatos próximos dos norte-coreanos com a vizinha China.
Esta é a primeira confirmação oficial de que Pyongyang pediu ajuda internacional, quando a infraestrutura sanitária da Coreia do Norte é considerada totalmente inadequada para lidar com uma epidemia em grande escala.