Terça-feira, 02 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2025
O Ministério da Saúde enviará ao Rio Grande do Sul 20 novos equipamentos de alta tecnologia para a rede de captação de sangue em hemocentros de rede pública. Com um investimentos de quase R$ 3,4 milhões, a iniciativa contempla Porto Alegre, Pelotas (Região Sul) e Passo Fundo (Norte gaúcha).
A medida é decisiva para qualificação dos serviços no segmento, além de proporcionar uma alta de aproximadamente 30% no aproveitamento do plasma. Outra vantagem é a ecomomia de custos ao governo federal, devido à menor necessidade de importação de medicamentos e insumos.
O plasma é a parte líquida do sangue que, mediante processamento, transforma-se em medicamentos essenciais para o cuidado de pacientes com doenças imunológicas, hemofilia e outras condições de saúde. Também consiste em um item essencial para cirurgias de grande porte.
“Durante muito tempo, o Brasil não produzia os fatores que derivam do plasma e tínhamos que importar o tempo todo, gerando insegurança para quem tem doenças que dependem dos hemoderivados”, ressalta o ministro Alexandra Padilha. “Cada vez mais, as imunoglobulinas são utilizadas não só para doenças infecciosas, mas para outros tipos de doenças. É um passo muito importante no cuidado à saúde para salvar a vida de tantas pessoas.”
Panorama nacional
Alinhada ao programa “Agora Tem Especialistas” e com investimento de R$ 116 milhões do Novo PAC Saúde, a iniciativa beneficiará 125 serviços de hemoterapia em 22 Estados. Os equipamentos, que já começaram a ser entregues e instalados, devem estar totalmente disponíveis até o final de março.
A aquisição e a entrega de blast-freezers, de congelamento ultrarrápido (tecnologia avançada com a qual a hemorrede pública ainda não contava); de ultrafreezers, de congelamento rápido; e de freezers aumentam a capacidade de produção e de armazenamento do plasma com qualidade industrial.
“Isso significa que, com a ampliação da oferta, a nova fábrica da Hemobrás, inaugurada neste ano pelo governo federal, poderá atingir sua plena capacidade de produção de medicamentos estratégicos para o SUS, com o processamento de até 500 mil litros de plasma por ano”, acrescenta Padrilha.
Medidas para fortalecer a autossuficiência nacional em hemoderivados vêm sendo tomadas pela pasta da Saúde nos últimos três anos. Desde 2022, a disponibilização de plasma pelas unidades de Hemorrede para a Hemobrás passou de 62,4 mil para 242,1 mil litros, um aumento de quase 290%. Padrilha prossegue:
“Para você ter cada vez mais desenvolvimento de novas tecnologias para a imunoglobulina, construímos a Hemobrás, que passou a ter soberania nacional e já é hoje a maior fábrica de hemoderivados da América Latina. E um dos passos importantes nessa estratégia é guardar bem o plasma, que precisa ser bem acondicionado, de forma rápida, congelado em condições adequadas após o processamento industrial”.
Com os novos equipamentos, essa oferta tende a aumentar, já que os 604 blast freezers, ultrafreezers e freezers asseguram o congelamento do plasma em temperaturas extremamente baixas (-30°C), condição essencial para manter a qualidade das proteínas utilizadas na fabricação de medicamentos.
Eles também permitem armazenar maior volume com segurança e precisão, garantindo que o material chegue à Hemobrás em condições ideais para processamento para, então, se transformar em imunoglobulinas, albumina e fatores de coagulação, por exemplo.
(Marcello Campos)
Voltar Todas de Rio Grande do Sul