Domingo, 26 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2020
Um escrivão de polícia reformado virou personagem de uma história inacreditável em Campinas, no interior de São Paulo. Laércio Della Colleta, de 92 anos, foi levado morto para fazer prova de vida em uma agência do Banco do Brasil, naquele mesmo município. As informações são do portal de notícias G1.
O caso ocorreu no dia 2 de outubro, mas apenas na quarta-feira (14) a história veio à tona, quando um laudo do Instituto Médico Legal constatou que o idoso já estava morto há 12 horas no momento da “prova de vida”. O corpo dele foi posicionado numa cadeira de rodas, que era conduzida por uma mulher.
J.M.S., de 58 anos, se identificou como mulher de Laércio, e foi acompanhada de um casal até o banco. Enquanto eles ficaram com o corpo no andar térreo da agência, ela buscou atendimento, alegando que o marido passava mal, mas que precisava recuperar a senha alfabética para movimentar a conta.
Um funcionário estranhou a situação e notou que Laércio estava morto. Ele pediu ajuda de um bombeiro que atua no prédio da agência, que concordou. O Corpo de Bombeiros foi acionado e a equipe constatou o óbito, que, pelas condições do cadáver, teria ocorrido há algum tempo.
Ao constatar tal situação, a equipe comunicou a Guarda Municipal, que estava perto da agência, e essa, por sua vez, acionou a Polícia Militar, que conduziu a mulher ao 1º Distrito Policial para registro da ocorrência. O corpo do idoso foi enterrado no dia seguinte.
Às autoridades policiais, J.M.S. deu várias versões para os fatos. Disse que havia conversado com Laércio naquela manhã. Depois, passou a dizer que havia falado com ele na noite anterior.
Ela pode responder por estelionato e vilipêndio de cadáver. O caso é investigado pela 1ª DP de Campinas.
Em nota ao G1, o Banco do Brasil informou que “cumpriu todos os protocolos previstos no contrato de prestação de serviço com a fonte pagadora, o que inclui a exigência de procuração ou a presença do beneficiário na agência”.
Diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 2), José Henrique Ventura informou nesta quinta-feira (15) que o laudo necroscópico apontou que o idoso, um escrivão aposentado e viúvo, já estava morto havia 12 horas quando foi levado à agência.
“Ela alega que era companheira dele há alguns anos, mas não tinha procuração para movimentar ou mexer na conta. Com o laudo, vamos instaurar inquérito por estelionato. Antes, era morte a esclarecer. Agora vamos tentar entender qual era a intenção dela, o que iria fazer com ele e o dinheiro”, explica Ventura.