Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2023
Luiz Carlos Bassetto Junior, o homem que ameaçou e xingou o futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, virou réu por injúria. Então advogado do presidente Lula, ele escovava os dentes no banheiro do Aeroporto Internacional de Brasília quando foi abordado e ofendido. Zanin, que toma posse no próximo 3 de agosto como membro da Corte, ouviu tudo calado e não reagiu.
A Justiça do Distrito Federal acolheu uma denúncia do Ministério Público. Bassetto Júnior agora tem 10 dias para se manifestar por escrito sobre a denúncia e informar se vai ter um advogado para representá-lo no caso. Zanin foi xingado de “safado” e “corrupto”, e ainda ameaçado de levar uma “mão na orelha”. “Tinha que tomar um pau de todo mundo que está na rua”, disse Bassetto, que publicou o vídeo em suas redes sociais.
No início do ano, o agressor de Zanin foi indiciado pela Polícia Civil. No relatório apresentado ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o delegado Paulo Renato Alvarenga Fayão apontou que três crimes foram cometidos durante a abordagem: ameaça, injúria e incitação ao crime, com penas de até 1 ano e 6 meses de detenção.
Além de defender Lula na Lava Jato, Cristiano também representou Lula em 2018 no processo que tramitava, desde 2016, no Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o direito de o ex-presidente se candidatar naquela eleição.
Vídeo
Em janeiro, Bassetto Júnior gravou um vídeo e viralizou nas redes sociais.
“O bandido. Ó, o corrupto, o safado, aqui. quem está à minha frente. À minha frente. É brincadeira?! Ó o safado. Hein, vagabundo? Do meu ladinho, aqui. Olha para a câmera aqui. Safado. Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse. Safado. Não tem vergonha, não? Vergonha de (inaudível) o seu país. Safado. Tinha que tomar um pau de todo mundo que está na rua”, disse o homem para Zanin, advogado de Lula durante o processo da Lava-Jato.
Ao final do vídeo, o advogado sai do banheiro e começa a falar com um segurança do aeroporto. Porém, não é possível saber se ele pediu ajuda ou se o agressor foi detido.
Outras ações
Bassetto Júnior tem agora um prazo de 10 dias para se manifestar em relação a denúncia, segundo decisão do juiz Tarcísio de Moraes Souza, da 6° Vara Criminal de Brasília.
Esse não é o único processo do qual o homem é alvo por conta dos ataques a Zanin. A Ordem dos Advogados do Brasil fez uma queixa crime contra Bassetto e pede R$ 150 mil de indenização em danos morais.