Quarta-feira, 01 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2025
Jornais e emissoras internacionais repercutiram a detenção da cineasta brasileira Barbara Marques, de 38 anos, pelo Serviço de Imigração (ICE), durante uma entrevista de residência permanente nos Estados Unidos. O caso aconteceu em Los Angeles e causou comoção dentro e fora da comunidade brasileira. Veículos como Daily Mail, Newsweek, CBS News e Hindustan Times noticiaram o caso.
Natural de Vitória, no Espírito Santo, e formada em cinema pela Universidade Estácio de Sá, Barbara vive em Pasadena, na Califórnia, com o marido americano, Tucker May, com quem se casou em abril. No dia 16 de setembro, o casal compareceu à primeira entrevista para o pedido de green card, mas a cineasta acabou presa por agentes do ICE.
A imprensa estrangeira destacou o choque da prisão. O tabloide inglês Daily Mail afirmou que Barbara teria sido “enganada” pelos agentes e levada sob custódia em meio ao processo legal de imigração. O jornal indiano Hindustan Times publicou: “Quem é Barbara Marques? ICE detém diretora de cinema durante entrevista de green card”. Já o site Newsweek destacou o relato do marido, que denunciou a prisão, segundo o qual Barbara foi detida mesmo após o casal seguir todas as exigências do processo.
12 horas sem alimentação
De acordo com o ICE, havia contra Barbara uma ordem de deportação por ausência em audiência de 2019, relacionada à negativa de extensão de visto. A defesa, no entanto, contesta e alega falhas de notificação e argumentando que, em situações sem antecedentes criminais, a praxe seria conceder prazo para regularização.
O marido também denuncia abusos em entrevista à rede BBC. “Ela contou que quando foi algemada, se desesperou, e o agente riu da cara dela e tirou uma selfie com ela chorando”, disse Tucker.
Sobre a detenção, relatou ainda que a mulher teria ficado mais de 12 horas sem receber alimento. “Quando recebeu, era pão com queijo.”
Barbara foi transferida entre centros de detenção na Califórnia, Arkansas e Louisiana, e sua defesa tenta reverter a ordem de deportação.
À BBC, o Itamaraty confirmou prestar assistência consular, e a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) incluiu o caso em uma ação coletiva contra o governo americano por negar devido processo a imigrantes. As informações são do jornal O Globo.