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Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2017
A rebelião que no primeiro dia do ano deixou ao menos 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus (AM), foi destaque nos principais veículos internacionais de comunicação.
O jornal norte-americano The New York Times traz explicações sobre a briga de facções que motivou o motim e afirma que rebeliões como essa tendem a se repetir à medida que o grupo paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) estenda o seu alcance ao longo do País. A reportagem ressalta que, embora os motins sejam relativamente comuns nos presídios brasileiros, os corpos decapitados e jogados dos muros da penitenciária colocam o episódio entre os mais sangrentos das últimas décadas.
O britânico The Guardian mencionou os relatos e vídeos sobre as dezenas de corpos mutilados empilhados no chão da prisão. “O sistema prisional brasileiro é precariamente superlotado e as condições em muitas instituições são horríveis”, conclui a publicação.
O espanhol El Mundo assinala que “a violência nas prisões brasileiras é um problema endêmico” e que “uma das principais razões é a massificação das cadeias, com presos confinados sem os mínimos padrões de higiene e segurança”. Diz, ainda, que a penitenciária onde ocorreu o motim tinha mais presos que a sua capacidade e cita dados que apontam que as prisões brasileiras abrigam 70% mais presos do que a lotação máxima.
A superlotação carcerária também foi o foco de outro jornal espanhol, o El País, mencionando que em outubro os enfrentamentos entre grupos rivais dentro de uma prisão no Estado de Roraima deixou 25 mortos. “A população carcerária do Brasil é a quarta maior do mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Rússia”, comparou.
O francês Le Figaro publicou que a rebelião é resultado de uma briga entre gangues, que a violência “foi de uma grande selvageria” e que o Brasil é regularmente criticado pela comunidade internacional por sua política carcerária.
A reportagem do argentino La Nación também citou a superlotação do sistema penitenciário brasileiro e destacou a violência do motim de Manaus, onde “muitos foram decapitados e todos sofreram muita violência para mandar um recado aos inimigos”.
Já a rede de notícias CNN cobriu o assunto em seu site e no canal de televisão, citando o número de mortos, os reféns e as explicações dadas por autoridades.