Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro demonstrou incômodo com as críticas que recebeu por seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira (24). Ele afirmou ter assistido à própria fala novamente e que não considerou suas posições agressivas.
“Queriam alguém lá que fosse para falar abobrinha, enxugar gelo e passar o pano?”, questionou. “Não fui ofensivo com ninguém. Assisti ao que eu falei, seria muito mais cômodo eu fazer um discurso para ser aplaudido, mas não teria coragem de olhar para a cara de vocês aqui”, disse a apoiadores no Palácio da Alvorada nesta quinta-feira (26).
Em sua estreia na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Bolsonaro fez um discurso no qual classificou como “falácia” a tese de que a Amazônia “é patrimônio da humanidade” e criticou o que chamou de “espírito colonialista” de países que recentemente questionaram o compromisso do País com a preservação ambiental.
Durante sua fala de 32 minutos, recheada de referências religiosas, Bolsonaro surpreendeu ao não adotar uma retórica conciliatória. Ele reforçou na tribuna internacional o discurso mais ideológico ao afirmar que o Brasil esteve “à beira do socialismo” e atacar adversários políticos e países como Cuba e Venezuela.
“Foi um discurso patriótico, diferente de outros presidentes que me antecederam, que iam lá para ser aplaudidos e nada além disso”, afirmou Bolsonaro. O presidente também voltou a questionar a posição de liderança do indígena cacique Raoni, nesta quinta-feira, e afirmou que ele “não fala a nossa língua”.
Congresso
O presidente admitiu que o governo tem enfrentado algumas derrotas no Congresso, mas disse considerar “normal na democracia”, pois “não pode impor sua vontade em tudo”.
“Muitas pautas que nos interessam estão avançando no parlamento e outras não, o que é normal da democracia. Não posso impor a minha vontade em tudo, até porque se um dia alguém com sentimento de ditador chegar no meu lugar vai querer impor sua vontade também. O parlamento tem um freio necessário, às vezes a gente não concorda, mas tem que respeitar”, disse Bolsonaro.
Ele ressaltou, ainda, que os poderes são independentes, mas que mantém diálogo com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli. “Cada chefe é responsável por conduzir o seu poder, e eu converso com todos. Estou tranquilo com a minha consciência que estou buscando fazer o melhor para o meu País”, acrescentou.