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Mundo Indígenas, garimpo, turismo… Como é a fronteira entre Brasil e Essequibo, na Guiana

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A região de Essequibo faz fronteira com Roraima, através de uma ponte que liga a cidade brasileira de Bonfim à guianesa de Lethem. (Foto: Reprodução)

Metade dos 1,6 mil quilômetros de fronteira da Guiana com o Brasil estão na região de Essequibo, o território do país vizinho que o governo de Nicolás Maduro, da Venezuela, quer anexar.

São cerca de 790 km que se estendem do Parque Nacional Monte Roraima até Oriximiná, no Pará, com uma geografia que, segundo especialistas, favorece o uso do território brasileiro como passagem em uma eventual ação militar venezuelana – uma manobra, entretanto, considerada improvável por eles.

Esses 790 km se estendem por 6 municípios de Roraima (5) e Pará (1), em que moram 141 mil brasileiros – 37 mil deles indígenas. A região abriga 6 Terras Indígenas. A maior delas é a Raposa Serra do Sol, com 1,7 milhão de hectares e 25.077 habitantes dos povos Ingarikó, Macuxi, Patamona, Taurepang e Wapichana.

Em geral, esses municípios têm territórios grandes e núcleos urbanos pequenos. Os de Bonfim – onde fica o principal cruzamento por terra entre Brasil e Guiana , e também entre a Venezuela e a Guiana –, Normandia e Uiramutã (a cidade mais indígena do Brasil) ficam a poucos quilômetros do país vizinho. Já o de Oriximiná, no Pará, está a 400 km.

A região tem como principais motores da economia o comércio entre as populações brasileira e guianense – Lethem, a cidade mais próxima, é considerado um paraíso de compras baratas para os moradores de Roraima –, o turismo – um dos principais destinos, o Monte Roraima, fica na região – e o garimpo ilegal.

“Aqui está tudo tranquilo, não tem movimentação nenhuma. O que há é só a preocupação do povo com a possibilidade de se fechar a fronteira”, conta Joner Chagas (Republicanos), prefeito de Bonfim, cidade de 13,9 mil habitantes por onde passa a principal ligação por terra entre Brasil e Guiana.

O sentimento dos indígenas que vivem na borda do país é outro.

“Nossa comunidade está há 800, 1 mil metros da fronteira”, conta Lázaro Wapichana, líder indígena da região do Pium, que fica em Bonfim. “A gente se sente muito inseguro [com um possível conflito] porque eles não vão respeitar os povos indígenas e nem ninguém, porque uma guerra é uma guerra”.

O Brasil possui 12 bases militares em Roraima – a maioria delas em Boa Vista, a cerca de 50 km da região de fronteira com Essequibo. Para ampliar a segurança no território brasileiro, Ministério da Defesa determinou o envio de 28 veículos blindados e um contingente de até 150 militares.

Turismo

O turismo está entre as atividades econômicas que movimentam a região de Bonfim e Pacaraima. Há o temor de que, em caso de um conflito armado, as fronteiras sejam fechadas.

Visitantes dos países vizinhos e de outros estados têm o Monte Roraima, no norte do estado brasileiro – com acesso pela Venezuela– como um dos principais atrativos. Há também, na fronteira com Essequibo, fazenda com lago natural e pontos de vendas de açaí (do lado brasileiro, em Bonfim), e de outros produtos naturais típicos da região, como a de Moco Moco, na Guiana.

Além da vinda de estrangeiros ao Brasil, brasileiros também visitam Essequibo. Um dos locais visados é Lethem, cidade na Guiana que possui cachoeiras bastante buscadas por brasileiros.

Garimpo ilegal

Assim como outras áreas de Roraima, a região próxima a Essequibo tem registros de garimpo ilegal. Nessa área, o principal palco de exploração é a terra Indígena Raposa Serra do Sol, uma das maiores terras indígenas do país, segundo o Conselho Indígena de Roraima (CIR). Monitoramento feito em julho deste ano identificou pontos de extração ilegal nas áreas de Água Fria, Igarapé do Trovão e Igarapé do Kai da TI Raposa Serra do Sol.

Efetivo brasileiro

Há 12 unidades das Forças Armadas no estado de Roraima, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – 9 do Exército, 2 da Aeronáutica e 1 da Marinha.

O presidente Lula (PT) determinou que o Ministério da Defesa enviasse 28 veículos blindados e um efetivo entre 130 e 150 militares para reforçar a fronteira – um esquadrão foi transformado em regimento de cavalaria para abrigar o reforço.

Na hipótese remota de a Venezuela decidir atacar, haveria duas possibilidades: uma incursão por ar e água, com ataques aéreos e tropas invadindo a Guiana por navios; ou, então, por terra. E é aqui que entra o Brasil.

A fronteira da Venezuela com a Guiana é formada por uma mata densa que impossibilita a passagem de veículos blindados e grandes tropas ao mesmo tempo. A alternativa seria por estradas e só no Brasil há uma ligação assim com a Guiana.

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https://www.osul.com.br/indigenas-garimpo-turismo-como-e-a-fronteira-entre-brasil-e-essequibo-na-guiana/ Indígenas, garimpo, turismo… Como é a fronteira entre Brasil e Essequibo, na Guiana 2023-12-08
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