Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2025
Depois de oito meses de estagnação, a produção industrial cresceu em março 1,2%, superou por 3,1% o volume do mesmo período de 2024 e alcançou no trimestre expansão de 1,9% em relação a um ano antes. Com a elevação do emprego e do consumo, já refletidos no desempenho do varejo, o total produzido em um ano foi 3,1% maior que o dos 12 meses anteriores.
Apesar dessa recuperação, o resultado da indústria ainda foi 14,4% menor que o obtido no pico da série histórica, em maio de 2011. Mesmo com oscilações, no entanto, o setor superou os efeitos da pandemia, alcançando um patamar 2,8% mais alto que o de fevereiro de 2020, segundo a estatística oficial.
Com o fortalecimento do mercado interno, a fabricação de bens de consumo duráveis, como eletroeletrônicos e outros equipamentos domésticos, foi 11,6% maior que nos primeiros três meses do ano passado. A produção geral de bens de consumo superou por 2,2% a de um ano antes. O mesmo tipo de comparação mostrou um aumento de 5,2% no volume fabricado de bens de capital — máquinas, equipamentos e outros componentes do aparelhamento produtivo.
Depois de ter encolhido a partir de 2022, o segmento de bens de capital voltou a apresentar números positivos a partir do segundo trimestre do ano passado, indicando a melhora das expectativas empresariais. A expansão do investimento industrial, isto é, da aplicação de capitais no sistema produtivo, produz dois tipos de efeitos — sobre a atividade econômica imediata e sobre o potencial de crescimento nos anos seguintes.
Contribuem para esse resultado tanto o capital investido nos setores fabril e comercial quanto aquele aplicado, por exemplo, em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, sistemas de saneamento e outros conjuntos de serviços públicos.
Enquanto o investimento empresarial depende das condições de crédito e de mobilização de recursos privados, o investimento público só se torna realizável e sustentável com planejamento eficaz e boa gestão governamental. Sem o planejamento necessário, o Brasil acumulou, há alguns anos, dezenas de obras paralisadas e condenadas à erosão, com desperdício de bilhões de reais.
Essencial para o crescimento econômico e a modernização do país, o investimento produtivo tem sido, no Brasil, proporcionalmente menor que o registrado em outras nações emergentes. O valor investido na economia brasileira tem oscilado no último quarto de século, superando raramente a marca de 18% do Produto Interno Bruto (PIB). Taxas iguais ou superiores a 20% têm sido frequentes em países com nível comparável de desenvolvimento. Com informações de O Estado de S. Paulo