Segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2018
Mesmo uma taxa de inflação modesta se agrava ao longo do tempo. É por isso que o seu avô pode se tornar melancólico ao lembrar de quanto uma dose de cerveja custava nos bons tempos. Na Venezuela, onde os preços estão aumentando a uma taxa anual de quatro dígitos, os bons e velhos tempos foram no mês passado. O ministro da Defesa, Vladimir Padriño López pediu que os líderes empresariais atrelassem os preços aos seus níveis de 15 de dezembro, quando tudo estava supostamente bem.
No entanto, o poder de compra do bolívar, a moeda da Venezuela, desmoronou muito antes disso. O Índice Big Mac da Economist fornece um guia aproximado sobre a rapidez da queda.
O índice baseia-se na ideia de paridade de poder de compra (PPP, na sigla em inglês), segundo a qual uma taxa de câmbio de valor justo é aquela que deixa iguais os preços ao consumidor em diferentes países.
Pelo índice, o preço de um Big Mac é um indicador para todos os bens. Em Caracas, esta semana, um Big Mac custava 145 mil bolívares. Nas cidades americanas, custa em média US$ 5,28. A proporção desses preços resulta em uma taxa de câmbio de 27.500 bolívares.
Dois anos atrás, a mesma taxa era de 27 bolívares. Por este critério, a moeda perdeu 99,9% de seu valor muito rapidamente. Na verdade, o Índice Big Mac, provavelmente, minimiza o aumento geral dos preços e a queda no valor da moeda. O Dollar- Today, um site feito nos EUA que publica cotações do bolívar em tempo real, coloca a taxa de câmbio do mercado negro em quase 250 mil bolívares para o dólar – e em queda.
Esta taxa tornou-se um dos poucos critérios confiáveis em relação aos quais se pode avaliar os preços na Venezuela. Se você furar o pneu do carro em Caracas, o mecânico verificará a taxa de câmbio no DollarToday antes de lhe apresentar a conta.
Os bens importados, como os pneus, têm um preço de referência em dólares. No entanto, muitos preços locais não conseguem acompanhar o valor do dinheiro em franca decadência.