Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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Colunistas (In)Segurança no Brasil

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Região Sul passará a contar com novo sistema, totalmente informatizado, voltado para empresários e órgãos de turismo, com foco na regularização do setor. (Foto: Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O ano de 2016 foi sem dúvidas um ano extremamente marcante na História do Brasil. Há quem diga que é um ano para ser esquecido, entretanto, acredito ter sido um ano memorável no sentido de não permitirmos que os mesmos erros sejam repetidos no futuro. Tivemos um ambiente político extremamente conturbado e recheado de escândalos. Felizmente essa realidade acompanha o sentimento de “não mais permitiremos isso” por importante parte da população. Ademais, alcançamos o pior índice de criminalidade da História do país. No total foram mais de 61 mil mortes violentas. Atingimos a incrível marca de 29,9 homicídios a cada 100 mil habitantes, alçando-nos a um dos países mais perigosos de todo o mundo.

Em Porto Alegre os números são ainda mais estarrecedores. Apresentamos um índice de 64,1 pessoas assassinadas a cada 100 mil habitantes e enfrentamos a dura realidade e a amarga posição de terceira cidade mais perigosa do país, precedida apenas por Aracaju e Belém, respectivamente. No ranking mundial, chegamos à posição de 43ª cidade mais perigosa. É importante salientar que no mundo existem entre 35 mil e 40 mil cidades, aproximadamente.

Tal situação leva-nos a questionar como chegamos a esse ponto. Muitos fatores seguramente contribuem para isso e podem ser facilmente compreendidos pela população. A crise econômica, por exemplo, gera desempregos que, em geral, levam a aumento da criminalidade, pois muitos desempregados acabam cometendo algum crime para o próprio sustento. Os crimes relacionados ao tráfico de drogas também são crescentes e não devem cessar caso a política referente a esse tema não mude drasticamente. O efetivo da polícia vem gradualmente sendo reduzido, posição essa que só seria interessante caso os índices de criminalidade também viessem diminuindo. Por diversos meses, houve atraso nos salários dos policiais, sejam eles da alçada federal, sejam da estatal, ocasionando greves e pouquíssimo efetivo nas ruas. Foi visível que esse fator contribuiu sobremaneira para o incrível aumento da criminalidade em Porto Alegre, por exemplo. A superpopulação carcerária faz com que as leis não possam ser aplicadas na sua plenitude, gerando soltura de muitos presos antes de sua pena ser cumprida. Ademais, percebe-se uma inversão de valores: o criminoso acaba sendo tratado como um subproduto de uma sociedade moralmente condenável, desvalorizando a sua responsabilidade sobre os próprios atos.

Temos de buscar o fator central relacionado a todos esses problemas, para que possamos corrigir a causa e não apenas remediar as consequências. Um Estado demasiadamente preocupado em manter o seu status quo e o seu exagerado tamanho dificilmente seria capaz de focar em áreas centrais, como a segurança. Construir mais presídios não resolve o problema da segurança, porém, o número de vagas disponíveis deve ser capaz de abarcar o número de detentos que comprovadamente devem ter a liberdade suprida por ter cometido algum crime. Urge privatizar os presídios, uma vez que o Estado falhou por completo nesse setor. Enquanto não percebermos que o nosso problema da segurança está diretamente ligado ao governo e sua ingerência, não conseguiremos enxergar as reais soluções para diminuir a criminalidade e continuaremos apenas remediando as consequências, enquanto nos protegemos atrás de grades olhando por sobre o ombro.

Felipe Morandi (Empresário e Associado do IEE)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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