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Saúde Câncer de pulmão: uma doença que causou 160 mil mortes nos Estados Unidos no ano passado, e quase 2 milhões de mortes em todo o mundo

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Câncer de pulmão visto em uma tomografia computadorizada. (Foto: Reprodução)

Os computadores são tão bons quanto, ou melhores, que os médicos humanos na detecção de minúsculos cânceres pulmonares em imagens de tomografia computadorizada, de acordo com um estudo conduzido pelo Google e diversas centrais médicas. A inteligência artificial tirou nota dez ao detectar câncer de pulmão, uma doença que causou 160 mil mortes nos Estados Unidos no ano passado, e 1,7 milhão de mortes em todo o mundo.

A tecnologia está em desenvolvimento, e ainda não está pronta para uso generalizado, mas o novo estudo, publicado no dia 20 pela revista Nature Medicine, oferece um vislumbre do futuro da inteligência artificial na medicina.

Uma das áreas mais promissoras é o reconhecimento de padrões e a interpretação de imagens —as mesmas capacitações que os seres humanos usam para interpretar lâminas de microscópios, raios-X, exames de ressonância magnética e outras imagens médicas.

Ao alimentar sistemas conhecidos como redes neurais artificiais com grandes volumes de imagens médicas, pesquisadores podem treinar computadores para que reconheçam padrões vinculados a uma condição específica, como pneumonia, câncer ou uma fratura no pulso que possa ser difícil de identificar para um observador humano. O sistema segue um algoritmo, ou conjunto de instruções, e aprende à medida que é utilizado. Quanto mais dados recebe, melhor se torna em suas interpretações.

O processo, conhecido como aprendizado profundo, já vem sendo usado para diversas aplicações, tais como permitir que computadores compreendam a fala e identifiquem objetos, ou para que um carro autoguiado reconheça uma placa de “pare” e diferencie entre um pedestre e um poste telefônico.

Na medicina, o Google já criou sistemas que ajudam patologistas a ler lâminas de microscópios para diagnosticar câncer, e que ajudam oftalmologistas a detectar doenças de visão em pessoas portadoras de diabetes.

“Temos alguns dos maiores computadores do mundo”, disse Daniel Tse, médico que gerencia o projeto no Google e é um dos autores do estudo. “Queríamos começar a estender os limites da ciência básica a fim de encontrar aplicações bacanas e interessantes para desenvolver.”

No novo estudo, os pesquisadores aplicaram a inteligência artificial a tomografias usadas para identificar câncer de pulmão. As tomografias computadorizadas são recomendadas para pessoas em risco elevado de câncer de pulmão devido a um histórico longo de tabagismo.

Estudos contataram que recorrer à tomografia pode reduzir o risco de morte causada por câncer de pulmão. Além de identificar cânceres claros, as imagens também podem identificar pontos que podem se tornar cânceres posteriormente, o que permite que os radiologistas dividam os pacientes em grupos de risco e determinem quais deles precisam de biópsias ou de acompanhamento mais frequente, com novas tomografias, a fim de manter sob observação as regiões suspeitas.

Mas o teste tem seus problemas: pode não identificar tumores, ou confundir manchas benignas com manchas malignas, e conduzir os pacientes a procedimentos invasivos e arriscados, como biópsias pulmonares ou cirurgias. E radiologistas diferentes podem chegar a interpretações diferentes ao contemplar a mesma imagem.

Os pesquisadores imaginaram que computadores talvez tivessem resultados melhores. Criaram uma rede neural, com múltiplas camadas de processamento, e a treinaram fornecendo muitas imagens de tomografia de pacientes cujos diagnósticos eram conhecidos. Alguns tinham cânceres de pulmão, alguns não, e alguns tinham nódulos que mais tarde provaram ser cancerosos.

Em seguida, os pesquisadores começaram a testar a capacidade de diagnóstico da rede.

“O processo de experimentação foi parecido com o de ensinar um estudante na escola”, disse Tse. “Usamos um conjunto de dados extenso para treinamento, e demos aulas ao sistema, aplicando provas rápidas para ajudá-lo a aprender por sua conta o que é câncer e o que pode ou não pode se tornar câncer no futuro. Por fim, aplicamos um exame final com o uso de dados que o sistema jamais tinha visto, depois de muito tempo de treinamento —e o resultado que vimos no exame final foi uma nota A”.

Testado diante de 6.716 casos com diagnósticos conhecidos, o sistema registrou 94% de precisão. Em comparação a seis radiologistas especializados, em casos onde não havia tomografia anterior disponível, o modelo de aprendizado profundo superou os médicos: seu número de falsos positivos e falsos negativos foi melhor. Quando havia uma imagem anterior de tomografia disponível, os resultados da máquina e dos médicos foram comparáveis.

A capacidade de processar vastos volumes de dados pode tornar a inteligência artificial capaz de reconhecer padrões sutis que os olhos humanos simplesmente não conseguem ver.

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