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Por Redação O Sul | 3 de junho de 2017
Chamou a atenção, mas não era o objetivo: o empresário Marco Antônio de Luca trocou de camisa para ser levado preso por policiais federais na quinta-feira durante a Operação Ratatouille, nova fase das investigações contra o esquema do ex-governador Sérgio Cabral. A combinação de blusa preta com jeans faz o empresário aderir a uma opção cada vez mais frequente dos investigados na hora de serem conduzidos por agentes: a camuflagem.
Marco Antônio de Luca saiu de casa vestindo branco, mas voltou ao seu apartamento acompanhado dos agentes. De lá, saiu vestindo a camiseta preta e calça jeans, mas sem algemas.
Em vez de passar despercebida, a estratégia ficou visível há dois meses, quando o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes foi preso com uma roupa semelhante à do policial que o escoltava. Com o rosto escondido por um boné e vestindo preto, Côrtes parecia um agente da Polícia Federal (PF). Ele foi preso durante a Operação Fatura Exposta, acusado de desviar R$ 300 milhões de contratos públicos.
Quinze dias depois, a ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo foi levada a Curitiba (PR) com um visual muito parecido ao da agente que a conduzia. Vestia casaco preto, usava óculos escuros e tinha o cabelo preso. Na ocasião, Adriana viajou à capital paranaense para prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro. Ela é réu, junto com Cabral, em ação que investiga supostos pagamentos de propina em contratos do Comperj, em Itaboraí.
A estratégia já havia sido utilizada por outro empresário preso pela Operação Lava-Jato. Em outubro do ano passado, Mariano Marcondes Ferraz escolheu uma jaqueta preta quando foi conduzido ao Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba.