Quarta-feira, 18 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2023
Em dezembro do ano passado, a cantora Celine Dion, 55 anos, anunciou que está batalhando contra uma doença rara: a Síndrome da Pessoa Rígida (SPR). A canadense, que foi diagnosticada em 2022, cancelou seus shows até abril de 2024 devido à condição.
Em entrevista ao Le Journal de Montreal, Claudette Dion deu mais detalhes sobre a luta da cantora contra a doença. Segundo ela, Celine está morando com a família e procurando soluções.
“Quando ligo para ela e ela está ocupada, falo com minha irmã Linda, que mora com ela e me diz que está trabalhando muito”, disse Claudette na entrevista. “Ela está ouvindo os melhores pesquisadores no campo desta doença rara, tanto quanto possível.”
Para a irmã, cancelar a turnê foi um acerto, já que Celine precisa descansar. “Ela sempre vai além, ela sempre tenta ser a melhor e a melhor em seu jogo”, contou. “A certa altura, seu coração e seu corpo estão tentando lhe dizer algo. É importante ouvi-lo.”
A síndrome da pessoa rígida é uma condição neurológica rara, que afeta uma ou duas pessoas em cada milhão e é caracterizada por rigidez muscular e espasmos. Apesar de não ter cura, há possibilidades de tratamento – e essa procura, frustrada até aqui, vem motivando a artista.
“É inato para ela, ela é disciplinada em todas as áreas de sua vida”, disse Claudette. “Não conseguimos encontrar nenhum remédio que funcione, mas ter esperança é importante.”
– O que é a síndrome? Extremamente rara, estima-se que a doença afete cerca de uma a duas pessoas por milhão. A condição é caracterizada por espasmos persistentes, abrangendo vários músculos diferentes, especialmente os dos membros inferiores e do tronco – quando as pernas são afetadas, o paciente começa a andar como um soldado porque não consegue movimentar muito bem seus músculos e articulações.
Costuma surgir entre os 40 e 60 anos de idade apresentando-se, inicialmente, como espasmos intermitentes que evoluem, tornando-se contínuos. Somente cerca de 5% dos casos ocorrem na infância ou adolescência.
“Enquanto ainda estávamos entendendo o que era essa rara doença, nós sabemos agora que era ela que estava causando todos os espasmos que eu estava tendo. Infelizmente, esses espasmos afetam todos os aspectos da minha vida diária. Às vezes causam dificuldades para eu andar e não me permitem usar minhas cordas vocais para cantar do jeito que eu estou acostumada a cantar”, afirmou a cantora em dezembro de 2022 ao anunciar a doença e cancelar shows.
– Como são as manifestações? A síndrome da pessoa rígida doença pode se manifestar de 6 formas diferentes, são elas: a forma clássica, ou seja, quando afeta a região lombar e as pernas; forma variante, ao atacar somente um membro, mas resulta em uma postura distônica ou para trás; forma rara quando a rigidez acontece em todo o corpo. As manifestações ainda podem ocorrer com uma desordem do movimento funcional, com parkinsonismo generalizado e paraparesia espástica hereditária.
Normalmente, o paciente diagnosticado com essa síndrome, possui outras doenças autoimunes, como diabetes tipo 1, tireoide ou vitiligo. Apesar de ser rara, ela possui tratamento e pode ser curada, entretanto, pode ser demorado.
– Sintomas: Além da rigidez e dos espasmos dolorosos, que são os principais sintomas da doença, o paciente, pode apresentar fortes dores nas articulações, principalmente nas costas e coluna. A rigidez acentuada também pode causar ruptura das fibras musculares, luxações e fraturas ósseas. A pessoa também pode cair com frequência porque não consegue se movimentar e se equilibrar de forma adequada.
Também é comum haver deformidades nos braços e nas pernas devido à presença destes espasmos, se a doença não for tratada.
– Tratamento: Não há cura para a síndrome da pessoa rígida, mas ela pode ser controlada com injeções de anticorpos específicos, medicamentos anti-ansiedade e relaxantes musculares.
A condição precisa ser tratada com o uso de medicamentos prescritos por especialistas. Em alguns casos, o paciente precisa ser internado na UTI para garantir o bom funcionamento de outros órgãos, como o coração, pulmão e rins durante o tratamento. Todo o processo pode variar de semanas a meses.
A transfusão de plasma e o uso de anticorpo monoclonal anti-CD20 (rituximab) também podem ser indicados e tem bons resultados. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.