Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2022
O roteiro narrará a juventude de Alina Fernández como filha ilegítima de Castro e seu posterior exílio na Espanha
Foto: ReproduçãoA escalação de James Franco para interpretar Fidel Castro em um filme dirigido pelo espanhol Miguel Bardem gerou uma acalorada polêmica em Hollywood devido às acusações de abuso sexual feitas contra o ator e às queixas pelo fato de não ser latino.
“Como isso ainda pode estar acontecendo?”, perguntou o ator colombiano John Leguizamo em um post no Instagram em que criticava a “apropriação” representada pelo fato de um ator anglo-saxão interpretar um líder da América Latina.
Embora Leguizamo tenha insistido que “não tem nenhum problema com Franco”, não hesitou em pedir um “boicote” ao filme porque “ele não é latino” e “Hollywood está roubando as narrativas” de sua comunidade.
A salvadorenha Ana Navarro-Cárdenas, apresentadora do The View, um dos programas mais populares da televisão americana, foi mais longe ao criticar a mera inclusão do personagem de Castro em um filme.
“Quero pensar que nenhum latino gostaria de interpretar e glorificar um ditador assassino que aterrorizou Cuba por seis décadas”, declarou. Por sua vez, Jeff Torres, também de origem latina, destacou a falta de oportunidades para atores como ele na indústria: “Estou fazendo um teste para qualquer outro traficante de drogas latino-americano e James Franco vai realmente interpretar Fidel Castro”.
Antecipando a polémica, John Martinez O’Felan, produtor do filme, explicou no comunicado de imprensa anunciando a escalação que tinham optado por Franco porque de todos os atores interessados no papel ele era o que tinha “a maior semelhança facial”.
“Usamos as origens galegas de Fidel Castro como nossa bússola”, disse o produtor. Franco, nascido nos EUA em 1978, é descendente de judeus, suecos e portugueses.
Escândalos sexuais
No entanto, a polêmica não se limitou aos ancestrais do ator, cuja carreira entrou em declínio após uma série de escândalos sexuais e denúncias de abuso por parte de várias mulheres, inclusive a apresentada em 2019 por um grupo de alunas de suas aulas de interpretação.
A denúncia foi acompanhada por mais estudantes que indicaram que o ator recriou “simulações de atos sexuais que iam muito além dos padrões da indústria”, gravou algumas mulheres em seus ensaios e abordou jovens prometendo empregos em projetos de Hollywood, que nunca se concretizaram.