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Brasil Uma revista revelou a contabilidade paralela das propinas da JBS/Friboi para os políticos do governo e da oposição

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Com a adesão ao Refis, a empresa conseguiu economizar cerca de R$ 1,1 bilhão. (Foto: Reprodução)

Uma reportagem especial publicada na edição desta semana da revista Época traz, com exclusividade, informações sobre o esquema de corrupção realizado entre os empresários da JBS/Friboi e os políticos brasileiros – do governo e da oposição – em quase dez anos.

A reportagem teve acesso a documentos dos delatores e, segundo revela, existem “planilhões” de propina desde a eleição municipal de 2006 até a eleição presidencial de 2014, além; comprovantes bancários, notas fiscais frias e contratos fraudulentos. Além disso, existem depósitos em contas secretas no exterior.

De acordo com a publicação, os pagamentos ilícitos feitos pela JBS a políticos atinge uma escala que nem mesmo a Odebrecht conseguiu. Entre 2006 a 2017, a contabilidade da propina do conglomerado empresarial – e outras empresas dos irmãos Joesley e Wesley Batista – a políticos chega a 1,1 bilhão de reais. Desse total, 301 mil reais ocorreram em dinheiro vivo e 395 mil reais, por meio de empresas indicadas por políticos.

Na campanha de 2010, foram apontados pagamentos fraudulentos a empresas indicadas por Temer durante a campanha presidencial; na mesma campanha, a JBS teria repassado dinheiro ilicitamente para empresas apontadas pelo tucano José Serra. Já nas eleições de 2014, os irmãos Batista colocaram quase R$ 600 milhões em campanha, sendo que 433 milhões de reais foram doações oficiais, 145 milhões de reais entre pagamentos a empresas indicadas por políticos e dinheiro vivo – isso com a Operação Lava-Jato já sendo realizada.

Ainda segundo registros da empresa, houve um salto de 4.900% nos gastos com corrupção, ou seja, de 12,5 milhões de reais em 2006, ano da reeleição de Lula, para 617 milhões de reais em 2014, na reeleição de Dilma. Em 2006, a JBS pagou propina para políticos de 11 partidos em 6 estados; mas, em 2014, integrantes de 27 partidos de todos os estados foram beneficiados pelos esquemas corruptos.

Manobras ilícitas foram apontadas pela reportagem. O grande destaque são casos inéditos de propinas, até então desconhecidas: como a propina de 1 milhão de dólares a Antonio Palocci, em 2010, através de uma conta nos Estados Unidos. Além disso, foram descobertos pagamentos em dinheiro realizados ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Ministros de Temer também foram apontados na reportagem, como Bruno Araújo, Gilberto Kassab, Helder Barbalho e Marcos Pereira. Kassab, por exemplo, foi beneficiado com propinas de 18 milhões de reais até 2016.

Esquema

Ao contrário da Odebrecht, os irmãos Batista repassavam as propinas por meio de dois funcionários, Demilton e Florisvaldo. O acerto com os políticos era, geralmente, feito por Joesley e, raramente, Wesley ou Ricardo Saud (lobista e colaborador da Procuradoria) faziam esse trabalho.

O esquema na região Nordeste era intermediado pelo publicitário André Gustavo, preso nesta semana na 42ª fase da Operação Lava-Jato, acusado de ajudar o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine a chantagear a Odebrecht. Ele foi apontado pela revista como sendo uma “espécie de Marcos Valério do Pernambuco”, encarregado de entregar o dinheiro da JBS/Friboi aos políticos.

“Foi André quem, segundo a JBS/Friboi, organizou a entrega de propina em dinheiro vivo ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, ao senador Jader Barbalho e a seu filho, o ministro Helder Barbalho, todos do PMDB”, diz a reportagem.

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