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Geral Jovem apontada como pivô de mortes no Paraguai vive à sombra do poder e do luxo em Pedro Juan

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Mirna foi flagrada pela dentro da cela de um traficante suspeito de ser sido o mandante da morte de quatro pessoas. (Foto: Reprodução)

“Blindada, amada e mimada”. Assim Mirna Keldryn Romero, de 22 anos, se define em suas redes sociais. O mundo virtual da jovem paraguaia proporciona um passeio pela vida de famílias ricas e poderosas de Pedro Juan Caballero, capital do Departamento de Amambay.

A morena, sempre de cabelos longos, foi flagrada pela polícia do Paraguai dentro da cela de um traficante suspeito de ser sido o mandante da morte de quatro pessoas no sábado (9), entre elas duas brasileiras.

Em suas redes sociais, ela posta fotos com a família — a irmã costuma participar de concursos de miss —, de cerimônias majestosas — como a do próprio casamento em 2019 — e de flashes superproduzida ou de biquíni à beira da piscina. Ela é filha de Oscar Romero, atual secretário de Salubridade e Higiene da cidade.

A presença do pai no poder tem sido uma constante nos últimos anos. Romero já foi intendente de Pedro Juan, o que no Brasil seria o equivalente ao cargo de prefeito. Hoje, o posto é ocupado por José Carlos Acevedo, que foi reconduzido à cadeira de chefe do executivo no último dia 10, com cerca de 23 mil votos. Ele é político influente na região.

Desta vez, ele é o intendente, e Romero, pai de Mirna, é secretário. Romero é ex-intendente do município. Os dois já foram alvo de denúncias de enriquecimento às custas de superfaturamento de obras.

Mas o que as duas famílias têm em comum agora, além de orbitar cargos públicos da região, é uma tragédia. A filha do intendente, Haylée Carolina Acevedo, de 21 anos, morreu quando a camionete em que ela estava foi atingida por dezenas de tiros na saída de uma boate, em 9 deste mês, apenas um dia antes a reeleição do pai.

A polícia do Paraguai não estabeleceu relação entre a morte da jovem e o ataque. Acredita-se que o alvo dos criminosos, possivelmente traficantes, era Osmar Vicente Álvarez Grance, de 32 anos, conhecido como Bebeto. Ele é investigado por ligação com o narcotráfico e com uma facção de São Paulo, que disputa o domínio da região.

No mesmo veículo, assim como Haylée, estavam duas estudantes de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que cursavam medicina na cidade, Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos, e Jamily Borges Oliveira, de 18. Ambas morreram na emboscada.

E Mirna aparece na história por vias tortuosas. A filha do secretário foi encontrada em uma cela da penitenciária regional de Pedro Juan Caballero, durante uma inspeção de policiais.

Ela fazia companhia para Faustino Román Aguayo Cabanãs, um criminoso acusado de traficar três toneladas de drogas, num espaço dentro da prisão com televisão, cama box e até armários embutidos. Para os investigadores, ele pode ter dado ordem de matar Bebeto por ciúmes, porque ele já teria sido namorado de Mirna.

Entre as fotos de redes sociais, Mirna se exibe nas mais diferentes poses, mas o namorado detido por tráfico só aparece na foto do perfil do Instagram. No entanto, é possível descobrir na internet imagens mais antigas como as do casamento da moça, há apenas dois anos, com um ex-agente federal executado em dezembro do ano passado, apenas um ano após celebrar a união com a jovem. Outro que aparece muito nas redes sociais dela é o hairstylist Emilio Villalba, detido na quinta-feira (14) de manhã para esclarecimentos.

De acordo com o jornal “ABC Color”, as investigações descobriram que ele teria ligado para Bebeto, pouco antes de o grupo sair da boate e ser fuzilado. Nas redes de Mirna, Emílio costuma adulá-la com adjetivos como “maravilhosa” e “belíssima”.

Mirna faz legendas curtas e nunca revela de quem ganhou as flores que aparecem com frequência nas fotos. Em um post, ela parabeniza a mãe e, entre as legendas mais longas que já usou, está uma de autoajuda, excepcionalmente em português: “Troque o vamos com calma pelo vamos com alma e deixe que do tempo o relógio cuida”.

Procurado, o intendente de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, e o secretário Oscar Romero, não retornaram os contatos. A página oficial da municipalidade também não respondeu aos pedidos de informações.

Brasil e Paraguai firmaram uma força-tarefa para combater o crime na divisa dos países que se intensificou com as mortes no último fim de semana. Desde sexta-feira da semana passada, oito pessoas foram assassinadas. A chacina em que duas brasileiras foram vítimas pode ou não ter relação direta com disputas entre quadrilhas rivais. Uma das hipóteses também é de crime passional em que Mirna seria o pivô.

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