Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2015
O homem suspeito de matar nove pessoas a tiros em uma igreja de Charleston, no Estado norte-americano da Carolina do Sul, na quarta-feira (17) à noite, ganhou a arma, uma pistola calibre .45, do pai como presente de aniversário de 21 anos em abril, disse o tio dele. Autoridades estiveram na casa da mãe de Dylann Roof na manhã desta quinta-feira (18). O rapaz foi capturado em Shelby, na Carolina do Norte. “Este ser humano horrível está sob custódia”, afirmou o prefeito de Charleston, Joe Riley.
Todas as vítimas são afro-americanos. Entre as nove vítimas – oito morreram no local do incidente e uma no hospital – está o pastor da igreja e senador estadual democrata Clementa Pinckney. Seis mulheres e três homens perderam a vida por causa dos tiros. Três pessoas sobreviveram ao ataque e, segundo o relato de uma das testemunhas, o criminoso justificou a ação. “Tenho que fazer isso. Vocês estupraram as nossas mulheres e estão tomando nosso país”, disse o suspeito às vítimas, conforme o relato. Após o ataque, uma ameaça de bomba chegou à polícia local, que isolou o quarteirão onde está localizada a igreja.
O tiroteio aconteceu na Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, uma das mais antigas da comunidade negra. Denmark Vesey, um dos fundadores do templo, liderou uma revolta de escravos fracassada em 1822. É um dos símbolos da luta dos direitos civis nos EUA. Martin Luther King fez um discurso nela nos anos 1960.
A investida ocorreu quando um grupo estava reunido para uma aula de leitura bíblica. Foi quando um dos participantes da aula se levantou e começou a atirar. Um dos sobreviventes disse que o rapaz chegou à igreja perguntando pelo líder religioso e ficou sentado ao lado dele durante a aula, antes de começar a atirar. Depois, fugiu.
Roof postou uma foto nas redes sociais usando uma jaqueta com as bandeiras da época do Apartheid na África do Sul e da vizinha e também racista Rodésia, uma ex-colônia britânica que foi governada por uma minoria branca até se tornar independente em 1980. Mudou seu nome para Zimbábue.
A tensão racial nos EUA sempre foi alta, faz parte da história do país. Mas, especialmente no último ano, é a questão da brutalidade policial contra os negros que vem chamando mais atenção. Em 1964, o sistema de segregação que existia no país foi oficialmente abolido.