Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2019
Marcelo Bretas está bem atento ao caso de Flávio Bonazza, delatado por ter recebido, enquanto promotor do MP do Rio de Janeiro, propina para proteger as empresas de ônibus do Rio de Janeiro.
Bonazza pediu aposentadoria há duas semanas, logo depois de ser denunciado por corrupção. Com a aposentadoria, Bonazza perdeu o foro e o TJ do Rio de Janeiro é obrigado a mandar o caso para Bretas. E o juiz da Lava-Jato no Rio de Janeito já está com a caneta na mão para decidir o futuro de Bonazza.
Entenda
O Minstério Público do Rio (MP-RJ) pediu em novembro ao órgão especial do Tribunal de Justiça do estado (TJ-RJ) desloque a competência para processar e julgar o promotor aposentado Flávio Bonazza, denunciado pelo recebimento de propina dos empresários de ônibus, para a 7ª Vara Federal Criminal, responsável pelos casos da Lava-Jato.
O pedido de prisão de Bonazza foi feito pelo MP-RJ e, caso o TJ atenda ao pedido para deslocar a competência, o promotor pode ser preso por decisão do juiz Marcelo Bretas, se assim o magistrado entender o envolvimento dele no esquema do ex-governador Sérgio Cabral.
Ele foi denunciado pelo MP por organização criminosa e corrupção passiva por receber recursos ilegais em troca de vazar informações e arquivar investigações do setor, a mando da Fetranspor.
Na denúncia, baseada principalmente na delação do ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) Lélis Teixeira, Bonazza é acusado de ter recebido, entre 2014 e 2016, 22 pagamentos no valor de R$ 60 mil, entregues pessoalmente por uma funcionária da Redentor identificada por Helena Maia. Em troca, o promotor teria estabelecido um “verdadeiro esquema de blindagem dos empresários ligados ao setor de transportes de passageiros”.
Aposentado a pedido dois dias depois da denúncia, ele garantiu que já estava disposto a se afastar do Ministério Público, após 19 anos de carreira, meses antes de saber que tivera o nome envolvido na “caixinha da Fetranspor”, como ficou conhecido o esquema de propina movimentado pelos empresários de ônibus. Em nota, a defesa de Bonazza diz ter recebido com “absoluta perplexidade” a informação de que depois de supostamente investigá-lo e apresentar denúncia, o MP entenda que a Justiça estadual “é incompetente para apreciação e julgamento do caso”.