Terça-feira, 07 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2015
O juiz federal Sergio Moro disse nessa segunda-feira que cabe ao STF (Supremo Tribunal Federal) decidir sobre o eventual envolvimento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no recebimento de propina na Operação Lava-Jato. A argumentação consta da sentença na qual Moro condenou o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e o empresário Júlio Camargo, delator que citou Cunha em depoimento perante o magistrado. Na decisão, Moro afirmou que a sentença não afronta a competência do Supremo.
Em julho, Camargo – ex-consultor da empresa Toyo Setal – informou a Moro, responsável pela Lava-Jato, que Eduardo Cunha pediu 5 milhões dólares em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. Diante do depoimento, Cunha voltou a negar que tenha recebido propina de Júlio Camargo. Seus advogados pediram a suspensão do processo, por entenderem que cabe ao Supremo presidir o inquérito, em razão da citação de Cunha, que tem prerrogativa de foro. Ainda não houve decisão do STF.
Recesso
Durante o recesso do Judiciário, o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, decidiu que Moro não poderia proferir a sentença antes de prestar informações ao Supremo. Ele concedeu prazo de dez dias para que Moro se manifestasse. O juiz reafirmou que Cunha não é investigado pela Justiça Federal. (André Richter/ABr)