Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2025
Na madrugada dessa quarta-feira (3), após quase 20 horas de julgamento no Foro Central de Porto Alegre, dois homens foram condenados a prisão pela morte de um adolescente em trecho da orla do Guaíba próximo à Usina do Gasômetro (Centro Histórico). O crime foi cometido em setembro de 2017, durante uma briga entre dois grupos.
Para um dos réus a sentença foi definida em 23 anos e três meses, ao passo que para o outro o período estipulado de detenção é de 20 anos e quatro meses. Ambas em regime inicialmente fechado, as penas tiveram por base a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) – acolhida pelos jurados – de que houve homicídio triplamente qualificado pelos agravantes de motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
No processo acusatório consta que o ataque envolveu extrema violência, após provocações mútuas entre dois grupos e gestos associados a facções criminosas rivais. Também aponta que a dupla agiu de forma coordenada e com clara intenção de matar: a vítima recebeu socos socos, chutes, garrafadas e golpes de arma branca, mesmo já caída no chão e sem possibilidade de reação.
O promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, que atuou no Tribunal, ressaltou a relevância da decisão: “O Conselho de Sentença acolheu integralmente os pedidos do Ministério Público. Essa condenação representa uma resposta firme da sociedade contra a banalização da violência. Reafirmamos nosso compromisso com a defesa da vida e uma atuação rigorosa nos casos em que a crueldade e o desprezo pela dignidade humana se fazem presentes.”
Tumulto
O incidente ocorreu nas primeiras horas da madrugada do dia 30 de setembro de 2017, um sábado. Houve pânico entre boa parte das centenas de pessoas presentes no local, gerando tumulto na área tradicionalmente utilizada para passeios e atividades de lazer, sobretudo nos fins de semana.
Haderson Júnior Martins Floriano, 17 anos, recebeu golpes pérfuro-cortantes no tórax, com uma garrafa quebrada. Pontas de vidro atingiram o coração do adolescente, que foi socorrido por policiais da Guarda Municipal e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde não resistiu aos ferimentos.
As câmeras de monitoramento instaladas do local não gravaram as agressões, mas relatos de testemunhas algumas imagens feitas com celular e publicadas nas redes sociais flagraram o momento em que um grupo de agressores parte para cima da vítima. Logo a Polícia Civil chegou à identificação de três suspeitos, dois dos quais se sentaram no banco dos réus nessa quarta-feira.
(Marcello Campos)
