Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de dezembro de 2015
A Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, trata suspeitos de forma “muito dura” e seus condenados com “leniência demasiada”, afirma a revista britânica The Economist desta semana. Dezenas de empresários e políticos, a maioria da base aliada da presidenta Dilma Rousseff, foram condenados ou acusados formalmente por integrarem um esquema bilionário de desvio de verbas na estatal.
Outros suspeitos foram presos preventivamente, entre eles o empresário Marcelo Odebrecht, presidente afastado da Odebrecht, maior construtora do país. Vários detidos assinaram acordos de delação premiada e estão colaborando com as investigações.
Sob o título “Weird Justice” (Justiça Estranha), o artigo critica o sistema criminal e o Judiciário brasileiro, “baseado em um código penal antiquado (de 1940) e que fica aquém em muitos aspectos de normas internacionais”, que permite a prisão de suspeitos sem acusação e a libertação de condenados para que recorram das sentenças.
“As cortes tratam suspeitos com severidade excessiva, e condenados com leniência demasiada”, diz a revista, na edição que começou a circular nesta sexta-feira (11). “O problema não está confinado a plutocratas pegos pela Lava-Jato. Cerca de dois quintos dos 600 mil detentos no Brasil estão à espera de julgamento. Esse encarceramento em massa de pessoas de presumida inocência é sinal de que algo está errado” com o sistema do País.
O artigo cita como exemplo a prisão de Odebrecht, que contratou o escritório de advocacia londrino Blackstone para analisar se a conduta da Lava-Jato é compatível com padrões internacionais. Segundo um relatório da Blackstone citado pela revista, o uso de prisão preventiva pelo juiz Sérgio Moro, que comanda a Lava-Jato, pode levantar “questões sérias” e violar convenções das quais o Brasil é signatário. O escritório diz que muitos dos detidos sem julgamento deveriam ser libertados. (Folhapress)