Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2023
Crivella é acusado de comandar um esquema que teria barrado a divulgação de notícias sobre a situação da saúde no Rio
Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilA Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro determinou a cassação do mandato do ex-prefeito da capital fluminense e atual deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e a aplicação de multa de R$ 433 mil. A juíza Márcia Santos Capanema de Souza também decidiu que o ex-prefeito deve ficar inelegível.
A decisão, em primeira instância, é referente às eleições de 2020, quando Crivella tentava a reeleição à prefeitura do Rio. O processo foi movido por PT e PCdoB em razão de um esquema que teria barrado a divulgação de notícias sobre a situação da saúde na cidade. O caso ficou conhecido como “Guardiões do Crivella”. O parlamentar nega irregularidades.
Uma reportagem da TV Globo revelou um suposto esquema montado com funcionários da prefeitura para fazer plantão na porta dos hospitais municipais do Rio, atrapalhar reportagens e impedir que a população falasse e denunciasse problemas na área da saúde.
Em nota, o Republicanos afirmou que a defesa de Crivella já recorreu da decisão e que ela não interrompe automaticamente o mandato do deputado, que segue ativo. “A decisão mencionada é datada do início de maio e não possui efeito imediato. O deputado continuará exercendo suas funções parlamentares regularmente”, disse o partido em comunicado.
“É importante ressaltar que a cassação de mandato de deputado federal não cabe a uma juíza eleitoral de primeira instância, que não possui competência legal para isso, sobretudo porque os fatos, objeto do processo, se referem ao pleito de 2020. Estamos confiantes de que os recursos já apresentados ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro serão devidamente analisados, considerando as instâncias adequadas do processo”, prosseguiu a legenda.
“Guardiões de Crivella”
Segundo uma reportagem da TV Globo, por grupos de WhatsApp, funcionários da prefeitura do Rio de Janeiro eram distribuídos por unidades de saúde municipais e faziam uma espécie de plantão.
Em duplas, eles tentavam atrapalhar reportagens com denúncias sobre a situação da saúde pública e intimidavam cidadãos para que não falassem mal da prefeitura. Após serem escalados, os funcionários postavam selfies para dizer que chegaram às unidades.
Quando conseguiam atrapalhar reportagens, eles comemoravam nos grupos de WhatsApp. Na época, a prefeitura não negou a criação dos grupos e disse que fazia isso para “melhor informar a população”.