Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2016
A defesa da ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo tentou convencer a Justiça Federal de que não há motivos concretos para que ela permaneça presa, mas o desembargador Abel Gomes, do TRF (Tribunal Regional Federal), negou o pedido de liberdade e também o de prisão domiciliar para a mulher de Sérgio Cabral.
No pedido de habeas corpus, os advogados afirmaram que a liberdade de Adriana não oferece risco à ordem pública nem atrapalha as investigações e que, mesmo duas semanas depois da Operação Calicute, ela não deixou País ou se escondeu. Os advogados também tentaram a prisão domiciliar, justificando que ela tem filhos de 10 e 14 anos, que estariam desamparados, porque o pai também está preso.
O desembargador justificou que a prisão de Adriana é necessária porque o crime de organização criminosa, como foi descrito pelo Ministério Público Federal, deve ser tratado com a gravidade determinada pela lei. Essa decisão será analisada e votada pelo colegiado de desembargadores na quarta-feira (14).
Adriana é apontada pelos procuradores não apenas como beneficiária, mas como uma das principais responsáveis pelo esquema. Fotos da portaria do escritório da ex-primeira-dama mostram que Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Cabral, visitou o local pelo menos 19 vezes.
A ex-secretária de Adriana, Michele Thomaz, declarou que Bezerra entregava semanalmente no escritório até R$ 300 mil, em dinheiro, dentro de uma mochila. Mensagens mostram que Bezerra, apontado como operador financeiro do esquema, negociou pelo menos 16 vezes a entrega de mais de R$ 538 mil em espécie com Carlos Miranda, que fazia contatos com empreiteiras.
As mensagens de celular revelam, segundo os procuradores, as datas das entregas, os valores e como Adriana e Cabral eram chamados. São várias as citações: ela, Adri ou Dri. Ele, BD, que seria “buldogue”.
Após dois dias detida no presídio Joaquim Ferreira, a ex-primeira-dama recebeu apenas a visita de seus advogados. A informação é da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. O órgão informou, também, que ela passa bem e se alimenta normalmente.
Adriana está em uma cela de seis metros quadrados. Nela, há um beliche de alvenaria, um dispositivo sanitário no chão, um chuveiro e uma pia. No momento, a unidade, que tem 18 vagas, é ocupada por nove detentas. (AG)