Sexta-feira, 05 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2025
A audiência de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi realizada em Roma, na Itália, nessa quinta-feira (4), na Corte de Apelação italiana. Após a sessão, o tribunal decidiu adiar a definição do caso, afirmando que ainda será necessário analisar novos documentos apresentados pela defesa da parlamentar. A decisão final sobre a extradição – ou sua rejeição – só será anunciada após essa avaliação complementar. Uma nova audiência já foi marcada para o dia 18 de novembro.
Carla Zambelli chegou ao local acompanhada do marido, Antonio Aginaldo. A parlamentar não respondeu às perguntas da imprensa, limitando-se a cumprimentar os jornalistas com uma piscadela antes de entrar no prédio. A sessão foi conduzida a portas fechadas, seguindo o procedimento adotado pelo tribunal para casos dessa natureza.
A defesa da deputada informou que anexou novos documentos ao processo com o objetivo de reforçar a alegação de perseguição política. Segundo os advogados, esse argumento teria ganhado força após a apresentação do parecer do relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, Diego Garcia (Republicanos-PR), contrário à cassação de Zambelli. O texto da CCJ, na visão da defesa, seria um indicativo de que o processo disciplinar contra a parlamentar apresenta elementos políticos relevantes.
A Embaixada do Brasil na Itália, que contratou o advogado Alessandro Gentilon, ligado à Advocacia-Geral da União (AGU), para acompanhar o caso em nome do Estado brasileiro, tem até o dia 10 de dezembro para se manifestar sobre os argumentos apresentados pela defesa. Após esse prazo, os documentos serão oficialmente incorporados aos autos para análise da Corte.
Zambelli anunciou que havia deixado o Brasil no dia 3 de junho, afirmando estar fora do País havia alguns dias e alegando motivos médicos, embora não tenha especificado o local onde realizava o suposto tratamento. Pouco depois de sua saída, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou sua prisão preventiva, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A parlamentar foi detida na Itália em julho, em uma operação coordenada entre autoridades brasileiras e italianas, e permanece presa desde então, atualmente em uma penitenciária situada na região metropolitana de Roma.
Condenações
Carla Zambelli foi condenada a 10 anos e 8 meses pela invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sendo apontada como autora intelectual do ato.
Em outro processo, recebeu pena de 5 anos e 3 meses por porte ilegal de arma, relacionado ao episódio em que perseguiu um opositor portando uma arma de fogo, às vésperas das eleições de 2022.