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Por Redação O Sul | 21 de março de 2017
A Procuradoria de Paris solicitou o arquivamento da investigação sobre o estupro de crianças por soldados franceses da operação Sangaris na República Centro-Africana, em 2013-2014, indicaram nesta terça-feira (21) fontes judiciais.
Cabe agora aos juízes ordenar um julgamento ou confirmar esse arquivamento, a hipótese mais provável uma vez que nenhuma acusação foi pronunciada.
As acusações abalaram o exército francês, presente na RCA para restaurar a segurança após meses de violência sectária entre rebeldes e milícias.
Para a Procuradoria, “não pode ser afirmado que algum abuso sexual foi cometido contra esses menores” e as provas recolhidas e “a variação nos testemunhos não permitem estabelecer os fatos contra os militares que foram ouvidos neste caso”, declarou à agência AFP uma fonte próxima ao caso.
O escândalo foi revelado no final de abril de 2015, quando o jornal britânico The Guardian relatou um memorando interno da ONU relatando as audiências de seis crianças, com entre 9 e 13 anos de idade, que se queixavam de abusos sexuais cometidos por militares no campo de deslocados do aeroporto M’Poko de Bangui em troca de rações alimentares, entre dezembro de 2013 e junho de 2014.
A Procuradoria de Paris abriu em julho de 2014 uma investigação preliminar, mas sua existência foi mantida em segredo e as autoridades francesas e da ONU foram acusadas de encobrimento.
As crianças acusavam inicialmente 14 soldados, mas as investigações posteriores não conseguiram comprovar os crimes.
O memorando da ONU citava seis testemunhos, de quatro menores que afirmaram ter sido vítimas e de duas testemunhas.
(AFP)