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Política Laudo da Polícia Federal mostra escuta ilegal da Operação Lava-Jato contra Alberto Youssef e outros presos

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Defesa de Youssef passou anos sem ter conhecimento do resultado dessa investigação

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Defesa de Youssef passou anos sem ter conhecimento do resultado dessa investigação. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Laudo produzido pela Corregedoria da Polícia Federal evidencia que a Operação Lava Jato grampeou ilegalmente o doleiro Alberto Youssef e outros presos da operação em uma cela da carceragem em Curitiba, em 2014. A defesa de Youssef passou anos sem ter conhecimento do resultado dessa investigação por conta de negativas por parte do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro.

Agora, com o juiz Eduardo Appio no lugar de Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, o doleiro teve acesso ao laudo que apontou a escuta ilegal da Lava Jato.

Preso em março de 2014 pela Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef fez, em setembro daquele ano, um acordo de delação premiada no qual confessou que lavava recursos de partidos. A defesa de Youssef planeja acionar a Justiça Federal em Curitiba para anular as condenações do doleiro e seu acordo de delação.

No primeiro mês de sua prisão, em sua cela na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, Youssef encontrou uma “escuta ambiental” na carceragem e relatou a seu advogado. A defesa de Youssef foi à Justiça denunciar a ação ilegal e a PF abriu sindicância.

A Polícia afirmou que aquele grampo estava esquecido na cela, inativo e havia sido colocado lá, com autorização judicial, pela ocasião de quando o traficante Fernandinho Beira-Mar ficou preso na mesma cela.

No entanto, um integrante da PF delatou que houve de fato grampo ilegal contra presos da Lava Jato, levando a Corregedoria da PF a entrar no caso.

Com a saída de Moro para entrada na política como ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro, sete anos após a Corregedoria concluir a investigação, em 2023, uma nova petição foi feita ao atual juiz responsável pelos processos da Lava Jato, Eduardo Appio.

Appio reavaliou o pedido da defesa negado anteriormente por Moro e concedeu o acesso a toda documentação que até então estava sob sigilo.

Os policiais questionaram o perito responsável se seria possível reativar dados que por ventura tivessem sido apagados da escuta, e a possibilidade foi confirmada. No relatório da perícia, consta o nome do arquivo recuperado da lixeira e foram apontadas as datas que indicam o início e o término das gravações.

Youssef e outros presos da Lava Jato foram monitorados entre os dias 17 de março de 2014 e dia 28 daquele mês, ou seja, doze dias.

“Faz-se necessário os seguintes esclarecimentos: no último áudio, dia 28 de março de 2014, o áudio foi interrompido prematuramente devido à descoberta do dispositivo. Tal conclusão pauta-se pelo som causado pelo manuseio do receptor por quem o encontrou”, relatou a perícia no laudo, indicando o dia em que Youssef descobriu a escuta em sua cela.

A perícia aponta algumas gravações específicas para corroborar a afirmação de que houve escuta contra presos da Lava Jato “acrescentando que há inúmeras outras passagens indicando ser o local das gravações a custódia da Superintendência da Polícia Federal”.

“No primeiro dia de gravações, 17 de março de 2014, alguns já se identificam como Carlos Alberto Pereira da Costa, Carlos Alexandre de Souza Rocha e Alberto Youssef. No segundo dia, dia 18, conversam a respeito dos itens apreendidos – entre eles, pinturas, canetas e bebidas –, tal fato foi noticiado na mídia naquela data”, acrescenta a investigação.

Em seguida, também aparece uma outra presa pela Lava Jato nas escutas: Nelda Kodama. “No terceiro dia, um outro preso aparece e se identifica como André Catão”, acrescenta a investigação.

O laudo da perícia foi produzido por um agente da PF em 4 de novembro de 2015, mas a apuração avançou até 2015, quando se concluiu o processo.

O documento da investigação conta com uma tabela mostrando à Corregedoria quais são os áudios captados pela escuta ilegal, uma descrição dos áudios que foram apagados, mas recuperados, além da identificação dos presos.

 

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