Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2020
Alcançou R$ 4,598 milhões o leilão de barras de ouro e diamantes que eram do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Foram 20 itens, sendo cinco barras de ouro e 15 pedras de diamantes. O leilão foi realizado nesta quarta-feira (29), determinado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
As cinco peças de ouro, totalizando 4,5 quilos (kg), foram arrematadas, em lotes distintos, por um total de R$ 1,401 milhão. Já os diamantes alcançaram R$ 3,197 milhões. A pedra arrematada pelo menor preço foi um diamante de 2,05 quilates, ao valor de R$ 101 mil. O diamante mais caro, de 4,06 quilates, foi arrematado por R$ 335 mil.
Tanto o ouro quanto as pedras foram comprados por Cabral quando ele era governador do Rio de Janeiro e acabaram descobertos durante as investigações da Operação Lava-Jato. O leilão, realizado pelo leiloeiro Luiz Tenório de Paula, foi totalmente eletrônico. A comissão do leiloeiro é de 5% sobre o total arrematado, o que corresponde a cerca de R$ 230 mil.
Os diamantes e o ouro foram repatriados da Suíça, pelo Ministério Público Federal (MPF), em março deste ano, depois de um longo trâmite burocrático. Foram trazidos 4,5 kg de ouro e 27 pedras de diamantes, avaliados em aproximadamente R$ 20 milhões, que foram adquiridos com dinheiro desviado por Cabral.
Delação premiada
A existência do ouro e dos diamantes foi revelada pelos irmãos e doleiros Marcelo e Renato Chebar em delação premiada fechada com a força tarefa da Lava-Jato do Rio de Janeiro. Eles eram operadores do esquema de Cabral.
Outros US$ 100 milhões, cuja existência no exterior também fora revelada pelos irmãos Chebar, já haviam sido repatriados desde o início de 2017, mas trazer o ouro e os diamantes da Europa para o Brasil revelou-se mais complicado, devido a exigências de contratação de transportadoras e seguros especializados.
Somente no início de março de 2020, três anos depois, procuradores do MPF embarcaram para Genebra para buscar o ouro e os diamantes, que devem agora ficar num cofre bancário à disposição da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Desde que foi preso, em novembro de 2016, Cabral acumula 13 condenações penais, a maioria no âmbito da Lava-Jato do Rio de Janeiro. Somadas, as penas superam os 280 anos. Ele responde ainda a mais de 30 processos criminais ligados a casos de corrupção durante o seu governo (2007 a 2014). As informações são da Agência Brasil.