Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2019
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito a aliados que, na hipótese de deixar a prisão em breve, pretende rodar o Brasil e assumir o papel do que tem chamado de “fio condutor da pacificação nacional”.
A expectativa pela liberdade do petista ocorre no momento em que o STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou o julgamento sobre a constitucionalidade da prisão de condenados em segunda instância, e a Segunda Turma da Corte se prepara para retomar a discussão sobre a alegada suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, que pode levar à anulação da condenação do petista no caso do triplex em Guarujá (SP).
Em conversas recentes na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde está preso, Lula tem adotado o discurso de que é preciso trabalhar pela unidade nacional e dar um basta ao “clima de beligerância” que se acentuou no País desde a eleição de 2018.
“Lula em liberdade é um agente político importante e vai ter, obviamente, um papel relevante não só para o PT, mas também para o Brasil”, disse a presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR). “O povo brasileiro tem confiança no Lula, principalmente o povo pobre, e isso dá a ele condições de ter uma atuação política de enfrentamento mais sistemático a tudo que está acontecendo e à destruição a que o País está sendo submetido”, afirmou.
Embora Lula possa ser beneficiado no final do julgamento no STF das ações que discutem se é constitucional prender condenados antes de esgotados todos os recursos, o ex-presidente aposta que o Supremo vai referendar a tese de falta de imparcialidade de Moro, hoje ministro da Justiça, na condução do processo do triplex. Dessa forma, a sentença pode ser anulada e o caso voltaria aos estágios iniciais.
Com isso, Lula sairia da cadeia e também teria de volta os seus direitos políticos, cassados após a condenação em segunda instância. Ele foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Nesse cenário, dizem aliados do petista, está a eleição presidencial de 2022.
Mas uma eventual candidatura de Lula em 2022 só ocorreria se até lá o petista não tiver nenhuma condenação em segunda instância – barreira criada pela Lei de Ficha Limpa. O caso do sítio em Atibaia (SP), por exemplo, no qual o petista já foi condenado em primeira instância, deve ser julgado nos próximos meses pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).