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Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2018
O julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha começado havia uma hora e 40 minutos quando o petista chegou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), para acompanhar a análise do seu recurso pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) no caso do triplex em Guarujá, nesta quarta-feira. A sessão na Corte, em Porto Alegre, começou pontualmente às 8h30min.
Lula chegou ao sindicato por volta das 10h10min, em uma comitiva de carros pretos, e foi assistir aos votos dos desembargadores na sala da diretoria da entidade. Segundo o sindicato, o petista está acompanhado do presidente da entidade, Wagner Santana, e de outros dirigentes, como Rui Falcão, Aloísio Mercadante e Luiz Marinho.
O petista começou a acompanhar o julgamento no momento em que o seu advogado, Cristiano Zanin Martins, fazia a sustentação oral em Porto Alegre. Lula deixou de acompanhar com os sindicalistas a acusação do Ministério Público Federal e as falas dos advogados da Petrobras e de Paulo Okamotto. A leitura dos votos dos desembargadores, porém, ainda não tinha começado quando Lula chegou ao sindicato.
Antes da chegada de Lula, Santana fez um apelo aos militantes para que compreendessem que era um dia atípico e que não se chateassem com Lula por ele não poder dar atenção a eles. Os militantes, que começaram a chegar antes das 6h ao prédio, ocuparam um auditório da entidade no terceiro andar para assistir ao julgamento por um telão.
O combinado é que o petista fique no gabinete da presidência até o final do julgamento. Não está previsto contato de Lula com os seus apoiadores nesse local. O ex-presidente deve participar de um ato no Centro de São Paulo no fim da tarde.
Defesa
O advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, sustentou em sua fala no julgamento do recurso do caso do triplex que não houve provas periciais, o que acarreta, segundo ele, na nulidade do processo. “Não foi feita prova pericial, foi indeferida, e isso acarreta na nulidade do processo”, afirmou. “A defesa não teve oportunidade de produzir as provas que havia requerido no curso da ação”, completou.
Lula foi condenado na primeira instância pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na sentença, Moro sustenta que o ex-presidente ocultou a propriedade do triplex em Guarujá e que o imóvel foi recebido como propina da empreiteira OAS em troca de favores na Petrobras.
A defesa recorreu ao TRF-4 para pedir a absolvição do petista. Zanin reiterou nas suas argumentações que o triplex é da OAS. “O triplex não é do ex-presidente Lula, todos sabem que sempre pertenceu à OAS”, destacou. “Ficou claro pelas provas dos autos que ele jamais recebeu as chaves, passou um dia ou uma noite”, prosseguiu.