Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de fevereiro de 2023
Presidente diz que que o "povo pobre pode cansar de ser pobre" e "fazer coisas mudarem neste País"
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os atos extremistas nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, foram “uma revolta dos ricos que perderam as eleições”. As declarações do petista ocorreram durante a posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
”O que aconteceu no Palácio do Planalto, no Palácio da Alvorada (sic, no Congresso) e na Suprema Corte foi uma revolta dos ricos que perderam as eleições. Foi uma revolta de muita gente rica que não queria perder as eleições. Nós não podemos brincar porque um dia o povo pobre pode cansar de ser pobre e pode resolver fazer as coisas mudarem neste país”, disse. “Este País não pode continuar a ser governado para uma pequena parcela da sociedade.”
Apesar de Lula citar o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, ele não foi invadido. Os ataques atingiram em especial a sede do STF, o Palácio do Planalto (sede administrativa do Executivo federal) e o Congresso (incluindo a Câmara e o Senado).
Na mais recente denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra envolvidos nos ataques, na semana passada, foram implicadas 152 pessoas. Ato todo, já foram apresentadas ações contra 653 pessoas na Justiça.
Segundo o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que assina as denúncias, o QG do Exército apresentava “evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e permanência” dos manifestantes que defendiam a tomada do poder. Além da condenação e prisão, a procuradoria também pede o pagamento de uma indenização “em razão dos danos morais coletivos evidenciados pela prática dos crimes imputados”.
Sigilo nas imagens
O governo de Lula, por meio do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), se recusou a compartilhar a íntegra das imagens dos ataques golpistas ao Palácio do Planalto feitas pelas câmeras internas do prédio. O sigilo foi decretado após um pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI) feito pela Folha de S. Paulo.
Segundo a argumentação do GSI, liderado pelo general Gonçalves Dias, “não é razoável” o compartilhamento da íntegra das imagens por expor informações de métodos, equipamentos, procedimentos operacionais e recursos humanos da segurança presidencial.
“Dessa forma, presente pedido de informação não pode ser atendido, haja vista que as imagens do sistema de vídeo monitoramento do Palácio do Planalto são de acesso restrito, considerando que sua divulgação indiscriminada traz prejuízos e vulnerabilidades para a atividade de segurança das instalações presidenciais”, diz a resposta. “Caso seja facultado o acesso às informações solicitadas, a eficiência, como princípio constitucional da administração pública, e o interesse público de prevenir ações adversas contra as autoridades protegidas pelo GSI/PR ficam desamparados.”