Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2022
O encontro entre os dois principais rivais está marcado para o dia 30 de outubro, último domingo deste mês.
Foto: ReproduçãoA eleição presidencial será decidida no 2º turno entre o ex-presidente Lula (PT) e o postulante à reeleição Jair Bolsonaro (PL), segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com 99,98% das urnas apuradas até a 1h, Lula havia recebido 57,24 milhões de votos válidos, ou 48,43% do total contabilizado pela Justiça Eleitoral. Bolsonaro havia recebido 51,06 milhões de votos, ou 43,2%.
O segundo turno ocorre quando nenhum candidato consegue atingir a maioria da soma total dos votos computados.
“Eu entendo que tem muito voto que foi pela condição do povo brasileiro, que sentiu o aumento dos produtos. Em especial, da cesta básica. Entendo que há uma vontade de mudar por parte da população, mas tem certas mudanças que podem vir para pior”, disse Bolsonaro.
“Toda eleição que eu disputo eu tenho vontade de ganhar no primeiro turno, mas nem sempre é possível. Durante toda essa campanha, a gente esteve na frente nas pesquisas, e eu sempre achei que a gente ia ganhar essas eleições e quero dizer para vocês que vamos ganhar essas eleições. Isso, para nos, é apenas uma prorrogação”, afirmou Lula em seu discurso.
O encontro entre os dois principais rivais está marcado para o dia 30 de outubro, último domingo deste mês. A realização da segunda etapa do pleito frustra principalmente a campanha do petista, que, na reta final do primeiro turno, investiu na defesa pelo voto útil na intenção de encerrar a disputa neste domingo (2).
Em retórica de contestação das pesquisas eleitorais, Bolsonaro dizia que a eleição se encerraria na primeira fase e seria ele o vencedor. Como mostravam as sondagens, e agora os números oficiais, o prognóstico não se realizou. O presidente reiteradamente colocou em xeque o sistema eleitoral.
Mais de 156 milhões de brasileiros estavam aptos a votar e, de novo, colocaram entre os dois primeiros colocados um petista e Bolsonaro. Neste ano, Lula chegou à frente e é apontado, segundo pesquisas de intenção de voto, como o favorito para voltar à Presidência. Em 2018, Bolsonaro liderou a corrida e venceu Fernando Haddad (PT), que substituiu Lula nas urnas em razão de o ex-presidente cumprir pena na Polícia Federal, em Curitiba.
O petista havia sido condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro no caso do tríplex do Guarujá (SP) no âmbito da Lava Jato. A operação revelou o esquema de desvios na Petrobras. Lula passou 580 dias na cadeia, e o tema corrupção se torno espinhoso para o petista na atual campanha.
Em 2021, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná. O plenário referendou, por oito votos a três, a decisão de Fachin. Neste domingo, o petista relembrou o tempo na cela.
“Há quatro anos atrás eu não pude votar porque eu tinha sido vítima de uma mentira neste país e eu estava detido na Polícia Federal exatamente no dia da eleição”, disse Lula ao votar em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. “Tentei fazer com que a urna fosse até a cela para eu votar, não levaram. E quatro anos depois eu estou aqui, votando com reconhecimento da minha total liberdade e com a possibilidade de voltar a ser presidente da República deste país”, afirmou o petista, que se disse “muito feliz”.
Já Bolsonaro se mostrou confiante neste domingo e voltou a dizer que seria reeleito ao apelar a uma narrativa baseada na dúvida das informações. “Tenho certeza de que, em uma eleição limpa, ganharemos com no mínimo 60% dos votos”, afirmou o presidente ao votar no Rio. Ele também afirmou que a eleição representa uma “luta do bem contra o mal” e disse que, “com eleições limpas, tudo bem, que vença o melhor”.
Nesse contexto, a radicalização – de ambos os lados – foi a marca desta eleição presidencial, com violência, agressões e mortes. Além do clima tenso nas ruas e nas redes sociais, os embates assumiram o protagonismo, o que colocou de lado os projetos de País dos candidatos. Lula, por exemplo, não apresentou versão final do programa de governo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob a justificativa de não criar desconforto com aliados.
O centro político não logrou êxito, apesar de a chamada terceira via ter apresentado ao País a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS), em coligação com PSDB e Cidadania. Isolado, Ciro Gomes (PDT), em sua quarta disputa, fala em deixar a cena política.