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Redação O Sul
| 10 de novembro de 2022
A escritora Anielle Franco, irmã da ex-vereadora do Rio Marielle Franco, assassinada em 2018, foi anunciada nesta quinta-feira (10), como integrante da equipe do governo de transição de Lula. Ela integrará o grupo que cuidará da temática “Mulheres”.
O anúncio foi feito pelo coordenador do governo de transição de Lula e vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), em entrevista coletiva à imprensa.
Lula esteve com Anielle durante sua visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, na reta final da campanha para o segundo turno das eleições. Na ocasião, o então candidato petista associou o presidente Jair Bolsonaro à milícia fluminense, responsável pelo assassinato da vereadora, em 2018.
“Recebi muito honrada o convite para integrar a equipe de transição do Governo Lula, mas ciente da grande responsabilidade e dos desafios postos, após os últimos anos de retrocesso de direitos das mulheres, sobretudo das mulheres negras, cis e trans, indígenas e quilombolas”, escreveu Anielle no Twitter.
Anielle Franco nasceu na Maré, conjunto de comunidades na Zona Norte do Rio de Janeiro. É bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte, bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Jornalismo e em Inglês pela Universidade da Flórida A&M e mestranda em Relações Étnico-Raciais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ela organizou seu primeiro livro, “Cartas para Marielle”, uma reunião de textos de familiares sobre a experiência de luto por Marielle Franco, sua irmã e referência, e colaborou na autobiografia de Angela Davis. Trabalha como professora, palestrante, escritora e é a atual diretora do Instituto Marielle Franco – que promove uma série de atividades culturais e educacionais para crianças como cineclubes, rodas de conversa, oficinas com contação de histórias e lançamentos de livros – e da Escola Marielles .
“Importante ressaltar que não adentro a equipe de transição sozinha, chego com o legado de Marielle e com a trajetória das mulheres negras. Isso mostra que somos muito maiores que qualquer discurso de ódio, desinformação e violências”, acrescentou, sobre a nomeação.
“Também é importante que nós, mulheres e pessoas negras, estejamos em todos os espaços de decisão de forma transversal. Somos qualificadas para estar em todos ministérios e secretarias. Vamos construir o Brasil do futuro, da esperança, para todas, todes e todos”, finalizou.