Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de abril de 2023
Integrantes das Forças Armadas classificam o general como sendo um homem calmo, ponderado e conciliador
Foto: Marcos Corrêa/PRO presidente Luiz Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu na quinta-feira (27) o general da reserva Marcos Antônio Amaro dos Santos para assumir o cargo de ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República.
A escolha do general para comandar a pasta representa uma derrota para uma ala de ministros e auxiliares do presidente que pregam uma desmilitarização do governo e um maior protagonismo de policiais federais e agentes de segurança pública, de acordo com informações divulgadas pela CNN.
Integram essa ala, entre outros, o ministro Flávio Dino (PSB-MA), da Justiça e Segurança Pública, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a primeira-dama Rosângela Lula Silva, a Janja.
Na semana passada, Lula se reuniu brevemente com o general antes de embarcar para sua primeira viagem à Europa e apresentar a ele sua visão sobre a pasta.
Integrantes das Forças Armadas classificam o general como sendo um homem calmo, ponderado e conciliador e acreditam que, por conta do seu perfil, pode ser a escolha ideal para o atual momento de reestruturação do GSI.
A saída do general Gonçalves Dias do GSI, após a divulgação de vídeos mostrando sua atuação nos atos extremistas de 8 de janeiro, reacendeu no governo a discussão em torno do futuro da pasta, que foi esvaziada desde o início deste ano.
O GSI perdeu duas de suas principais atribuições nos últimos meses. A Abin (Agência Brasileira de Inteligência), subordinada à pasta, passou a responder à Casa Civil, chefiada pelo ministro Rui Costa.
Já a segurança do presidente e do vice-presidente da República deixou de ser feita exclusivamente por militares e passou a ser realizada majoritariamente por policiais federais subordinados à Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República.
A estrutura do GSI sob o comando do general Amaro ainda é incerta. O novo ministro terá que buscar o consenso entre a ala que defende um fortalecimento da presença de policiais federais e agentes de outras forças de segurança na proteção presidencial em detrimento de quem defende a permanência de militares no governo.
Um dos entraves diz respeito à relação de cooperação entre civis – representados por policiais federais – e militares em um eventual GSI repaginado. O fim da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República previsto para o dia 30 de junho poderia levar esses agentes que atuam na segurança de Lula e Geraldo Alckmin para o guarda-chuva do GSI.
Policiais federais, no entanto, dizem não querer responder a militares. A escolha pelo nome do general Amaro representa, agora, um obstáculo para os civis que defendem uma maior participação de policiais federais e agentes de segurança no governo.