Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 31 de julho de 2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em reunião do diretório nacional do PT nesta segunda-feira, que o partido realize uma série de reformas e vá “para a rua” retomar o contato com os movimentos sociais. Ele cobrou maior interferência da sigla em decisões sobre candidaturas e pediu maior atenção a cargos do legislativo.
“O PT precisa aprender que ele tem que ir para a rua conversar com as pessoas, conversar com os movimento sociais. Recuperar o nosso poder de convencimento”, declarou.
O petista discursou ao lado da atual presidente do partido Gleisi Hoffmann, em evento realizado esta manhã na Fundação Perseu Abramo, em São Paulo. Como de costume, utilizou metáforas cotidianas para explicar situações da política brasileira; ao mencionar que muitos eleitores se afastaram do PT por envolvimento com casos de corrupção, disse que seria similar a uma “briga de casal.”
“Quem ficou com raiva do PT foi como uma briga de casal. O cara se afastou, mas nem ele arrumou outra e nem ela arrumou outro. Estão os dois esperando para ver se voltam. Eu acho que chegou a hora da gente voltar, de ter esse reencontro com a sociedade brasileira”, comentou.
Lula defendeu uma revisão de novas candidaturas pelo partido. Ele criticou que “interesses pessoais” foram colocados acima da direção nacional na escolha de novos candidatos e sinalizou que a sigla deve ter a última palavra sobre os postulantes a cargos públicos. “O partido tem que decidir se a pessoa merece ser candidata do partido. Às vezes as pessoas decidem ser e impõem ao partido uma candidatura”, observou.
De olho nas eleições em 2018, mostrou preocupação em não deixar que o foco do PT seja voltado para os cargos do executivo. O ex-presidente citou, mais de uma vez, que a sigla deveria procurar novos postos no legislativo para se adequar aos perfis de cada estado; a medida poderia garantir maior atuação do partido em estados nos quais conseguem poucos votos.
“Nessas eleições de agora a gente vai ter que pensar. Tem estado que a gente tem que ter candidato a governador, mas em outros estados é melhor nem ter. Às vezes é melhor ter um candidato a deputado, a senador. A gente tem que fazer política enxergando a politica.”
A preocupação com o Congresso Nacional foi estendida para além dos cargos que poderiam ser ocupados pelo PT; Lula cobrou maior atenção com as alianças propostas para conseguir aprovar os seus projetos.
“Quem quer que seja que vai ganhar as eleições sabe que, para fazer o que a gente está pensando em fazer, é preciso olhar a correlação de forças no Congresso Nacional. Se a gente não levar isso em conta, a gente vai ter que fazer aliança com quem a gente pensa que não precisa fazer aliança. É bom pensar em como a gente vai votar.” (AG)