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Política Lula prega polarização e diz que não dá para ficar no meio do caminho

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Lula durante congresso do partido na sexta-feira.

Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas
Lula durante congresso do partido na sexta-feira. (Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas)

O ex-presidente Lula (PT) exaltou a polarização política e reforçou seu lugar na oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo ele, aqueles que pedem para ele “calar certas verdades para não tumultuar o ambiente político, para o PT não provocar uma ameaça à democracia” são os que, na verdade, não tiveram compromisso com a democracia. Segundo Lula, não é possível ficar no meio do caminho.

“Aos que criticam ou temem a polarização, temos que ter a coragem de dizer: nós somos, sim, o oposto de Bolsonaro. Não dá para ficar em cima do muro ou no meio do caminho: somos e seremos oposição a esse governo de extrema-direita que gera desemprego e exige que os desempregados paguem a conta”, afirmou o petista em discurso na abertura do 7º Congresso Nacional do PT, na sexta-feira (22), em São Paulo.

O evento, que termina no domingo (24), deve confirmar a reeleição de Gleisi Hoffmann como presidente do partido por mais quatro anos.

Nesta sexta, reuniu petistas presos pela Lava-Jato, como Delúbio Soares, João Vaccari Neto e José Dirceu, que foi aclamado pelo público.

Ainda tentando recuperar seus direitos políticos, mas apontado pelo PT como principal nome para a eleição de 2022, Lula sinalizou seus planos de continuidade política em um discurso de pouco mais de uma hora.

“Hoje me coloco à disposição do Brasil para contribuir nessa travessia para uma vida melhor, vida em plenitude, especialmente para os que não podem ser abandonados pelo caminho”, afirmou.

Após ter ficado 580 dias preso, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo caso do triplex de Guarujá, o ex-presidente foi a estrela do congresso petista e fez questão de reforçar a polarização com Bolsonaro ao mesmo tempo em que reafirmou o compromisso do PT com a democracia.

“Vamos deixar uma coisa bem clara: se existe um partido identificado com a democracia no Brasil é o Partido dos Trabalhadores”, afirmou. “Nós não aceitamos mais censura, tortura, AI-5 e perseguição a adversários políticos.”

“Não fomos nós que falamos em fechar congresso e muito menos o STF com um cabo e um soldado [referência a uma frase do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do atual presidente, em 2018]. Não fomos nós que pedimos revisão do pleito só pra desgastar o partido vencedor. […] Que sustentamos uma farsa judicial e midiática para tirar do páreo o candidato líder nas pesquisas. […] Não fomos nós os responsáveis pela eleição de um candidato que tem ojeriza à democracia”, disse .

“São essas pessoas que agora nos dizem para não polarizar o País. Como se polarização fosse sinônimo de extremismo político e ideológico. Como se o Brasil já não estivesse há séculos polarizado entre os poucos que têm tudo e os muitos que nada têm”, completou.

“Não venham me dizer que o PT é radical. Um pouco de radicalismo faz bem a nossa alma. […] Não estou mais radical, estou mais conciente”, disse em parte improvisada.

Também no improviso, Lula disse ser “o maior polarizador desse País”. Lula repetiu a lógica de que só quem polariza está no jogo e pode chegar ao segundo turno. “Parabéns pela polarização”, declarou. ​

Lula rejeitou comparação a Bolsonaro ao dizer que jamais ameaçaria cassar uma concessão de TV, como o presidente fez em relação a Globo. O petista, porém, não poupou críticas à emissora.

“Antes que a Rede Globo me acuse outra vez pelo que não disse nem fiz, não ousem me comparar ao presidente que eles escolheram. Jamais ameacei e jamais ameaçaria cassar arbitrariamente uma concessão de TV, mesmo sendo atacado sem direito de resposta e censurado como sou pelo jornalismo da Globo.”

Lula ainda defendeu a liberdade de imprensa e a regulação da mídia, afirmando que “democratizar a comunicação não é fechar uma TV, é abrir muitas”.

“Não pode um grupo familiar decidir sozinho o que é notícia e o que não é, com base unicamente em seus interesses políticos e econômicos”, afirmou.

Lula chamou a Lava-Jato de “a maior farsa judicial que este País já assistiu” e disse que lutará para que sua sentença seja anulada e ele tenha novo julgamento justo. “Se eu for inocente, tenham coragem de dizer que Lula é inocente.”

O ex-presidente também repreendeu medidas do governo Bolsonaro e os índices econômicos ruins. Para Lula, “o Brasil só não quebrou ainda por causa da herança dos governos do PT”.

“Parece que enfiaram o Brasil à força numa máquina do tempo e nos enviaram de volta a um passado que a gente já tinha superado. O passado da escravidão, da fome, do desemprego em massa, da dependência externa, da censura, do obscurantismo”, declarou.

Ao falar da oposição, defendeu aliança com a centro-esquerda e forças do campo popular, além de reaproximação com os trabalhadores excluídos.

O petista voltou a rejeitar fazer autocrítica – disse que o erro foi não fazer mais e melhor. “Querem de nós um humilhante ato de contrição, como se tivéssemos de pedir perdão por continuar existindo no coração do povo brasileiro, apesar de tudo que fizeram para nos destruir.” As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/lula-prega-polarizacao-e-diz-que-nao-da-para-ficar-no-meio-do-caminho/ Lula prega polarização e diz que não dá para ficar no meio do caminho 2019-11-23
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