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Brasil Mãe de menina de 12 anos que relatou estupro por colegas de escola se sente culpada, não consegue dormir e convive com ameaças

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Fachada da escola onde teria ocorrido o abuso em São Paulo. (Crédito: Reprodução)

Uma garota de 12 anos diz ter sido estuprada por três colegas de 13 e 14, no banheiro de sua escola, em São Paulo. A mãe da vítima relatou à reportagem seu desespero ao ver a dor e a vergonha da filha. Ela também pediu para não ser identificada.

“Estava em casa esperando minha filha chegar da escola. Por coincidência, minha outra filha ligou para a irmã e ouviu dela: ‘Avisa pra mãe que estou passando mal e vão me levar ao hospital’. Ela estava no pátio, esperando o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]. Tinha falta de ar, hiperventilação e taquicardia. Não contou o que tinha acontecido. Não conseguia descrever. Ela entrou no Samu e, quando viu o funcionário, conseguiu falar. Quando eu cheguei no hospital, ela não queria falar comigo a sós. A assistente social ficou do lado dela quando me contou que tinha sido estuprada. Quase desmaiei. Nem sei que palavras ela usou. Fiquei muito nervosa. Abracei a minha filha e fiquei desesperada. Completamente perdida. Ela me pediu desculpas, mas aí eu pedi desculpas para ela. Não era culpa dela. Aquela escola é bagunçada. Desde o primeiro dia [no início do ano], ela pedia para mudar. E falávamos para ela ter calma enquanto procurávamos outra escola. A gente se sente culpado. Coisa de mãe e de pai. Ela não me contou o que [os agressores] disseram. Só as atitudes. Um deles a empurrou para o banheiro e os outros dois já estavam lá. Trancaram ela no último banheiro, a despiram e taparam a sua boca. Enquanto dois seguravam os braços dela, o outro cometia o ato. Eles se revezaram durante 50 minutos.

Ela tem vergonha. Não dá detalhes. É muito sofrido. Pelo fato de a terem sondado no recreio, acho que eles já estavam de olho. Porque ela é bonita, simpática. E não dava papo para eles. A gente não entende a mente de quem faz esse tipo de maldade. Chegamos em casa às 2h45min da manhã daquele dia. Ela estava toda mole. Tinha tomado cinco injeções no bumbum, mais vacina, medicamentos. Tinha acabado de ser estuprada por três monstros. Estava mancando. Mas tinha que seguir aquela via crucis para poder ir para casa.

Eu não dormi. Até hoje não dormi. Você pisca e acorda. Uma emissora de TV me ligou às 7h. Fiquei nervosa. Mal tinha conseguido dormir e me acordaram. Depois ligaram de novo. Até isso, o telefone não para. Chegados e parentes querendo ter notícia. A polícia, o conselho tutelar. Vou fazer terapia. Estou anestesiada. É muito difícil.
Minha filha está passando mal. Tem dores no corpo, sente sonolência. Vomita, aí tem de tomar outro remédio. E os medicamentos contra doenças sexualmente transmissíveis são fortíssimos. Cai cabelo, sabe? Ela dorme e acorda o dia inteiro. Tem pesadelo. Passa o dia quieta. Ela contou que sonhou com eles [agressores], com coisas que eles falaram. Mas não conseguiu me falar o quê. Estou preocupada de ela desenvolver [a síndrome do] pânico.

Trotes e ameaças.

 

A gente tem recebido trotes no celular dela. Ameaças de que vão pegá-la se não parar de falar. O número é restrito e a voz está alterada. Dá para identificar que é homem, mas não a idade. Estou sentindo medo. A gente chamou a mídia para ajudar a prendê-los. Só que eles sabem onde é a nossa casa. E eles estão soltos.” (Folhapress)

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