Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de dezembro de 2017
“Você acha que o uso de maconha deveria ser legal ou não?” é a pergunta que o Instituto Gallup vem fazendo aos norte-americanos desde 1969. No primeiro ano da pesquisa, 12% responderam sim. A consulta mais recente, divulgada em outubro, apontou que 64% apoiam a legalização. Richard Vinal atribui o apoio popular aos resultados após a legalização. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
“O crime caiu, os produtos têm mais qualidade e o consumidor sabe exatamente o que está comprando e quais serão os efeitos”, diz. “Sem falar no dinheiro dos impostos.” Segundo o New Frontier Data, maior fonte de informação do setor, US$ 655 milhões entrarão nos cofres dos Estados pró-cannabis até o final do ano.
A projeção para 2020 é que os impostos gerados pela maconha alcancem US$ 1,8 bilhão. Essa arrecadação é revertida em educação, saúde, pesquisa, segurança pública e programas sociais. Inicialmente contrário à legalização no Colorado, o governador do Estado, John Hickenlooper, mudou de opinião.
“Se dependesse de mim essa aprovação não teria passado”, admitiu no início do ano. “Estávamos preocupados com tudo. Que o consumo entre menores iria aumentar, que as pessoas iriam trabalhar sob o efeito da droga, que a imagem do Estado poderia piorar”, disse.
Cinco anos após seu Estado ter sido o pioneiro da legalização no país, Hickenlooper afirma: “Não temos visto nada de negativo”. Portand, com 640 mil habitantes, possui 156 dispensários, mais do que as lojas Starbucks e McDonald’s somadas (139). Em média, o grama da maconha custa US$ 10 (R$ 33), já incluído os 20% de impostos. Antes da legalização, o mesmo grama saia por US$ 15 (R$ 49), com qualidade inferior.
Brasil
Na última quinta-feira (14), a CDH (Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa) do Senado aprovou o relatório da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) favorável à apresentação de um projeto de lei para descriminalizar o uso da maconha para fins medicinais. A proposta começa agora a tramitar na Casa.
O colegiado discutia uma sugestão legislativa que pedia a descriminalização da maconha para uso próprio, proposta através do Portal e-Cidadania e assinada por mais de 20 mil pessoas. O relator da proposta, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC), emitiu um parecer rejeitando totalmente a sugestão de descriminalizar a droga para uso pessoal. Marta também foi contrária a liberação da planta para uso recreativo, porém apresentou um voto em separado na discussão e sugeriu um projeto que permita o cultivo da planta para fins medicinais.
“Quanto ao mérito da ideia legislativa trazida a esta Casa, concordamos com o relator quanto a não descriminalização do cultivo da cannabis sativa para uso recreativo. Todavia, a nosso sentir, já passou da hora de se legalizar o cultivo da maconha para uso terapêutico”, disse a senadora à Agência Senado.
Marta será a relatora do projeto que lei que também poderá ser encaminhado para outras comissões da casa. No Twitter, a senadora publicou um vídeo defendendo a descriminalização da maconha para uso medicinal e lembrando a diferença que a lei pode fazer na vida das pessoas que sofrem de doenças que podem ser amenizadas com o uso de medicamento à base de cannabis.