Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2021
Mais de 90 pessoas foram presas nos Estados Unidos pela invasão ao Capitólio por apoiadores do presidente Donald Trump. Essas prisões foram feitas desde que o FBI, que é a polícia federal americana, pediu publicamente ajuda sobre os extremistas fotografados dentro da sede do Congresso no ato violento que interrompeu por horas a sessão que confirmou Joe Biden como presidente eleito
O jornal “Miami Herald” informou que foi preso na Flórida o homem fotografado carregando o púlpito de discursos da presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi. Ele foi identificado como Adam Christian Johnson, de 36 anos. Dias antes, o homem publicou fotos em Washington com mensagens críticas ao movimento contra o racismo Black Lives Matter.
Outro detido é o invasor identificado como Richard Barnett, de 60 anos, visto na sala de Pelosi durante a invasão. Segundo a imprensa americana, ele responderá por invadir e permanecer dentro de áreas restritas do Capitólio, e poderá também responder por apropriação indevida de propriedade pública — um computador da parlamentar foi furtado durante a invasão.
O invasor fotografado com uma vestimenta de pele de urso, rosto pintado e capacete com chifres foi preso de acordo com as autoridades federais dos EUA. O homem identificado como Jake Angeli é um ativista de extrema direita conhecido apoiador do movimento Qanon, uma teoria da conspiração completamente infundada.
Angeli se proclama um “xamã” do grupo QAnon, que espalha teorias da conspiração sem fundamento pelas redes americanas e que apoiou Trump durante a campanha de 2020. O presidente, inclusive, se negou a rejeitar o apoio dessas pessoas.
Segundo a 12 News, o invasor entrou com uma campanha de arrecadação virtual no ano passado para ajudá-lo a viajar a Washington em dezembro para uma das várias marchas de apoiadores de Trump que se recusam a admitir a derrota eleitoral. Ele só conseguiu US$ 10, e o site GoFundMe tirou a campanha do ar.
Um dos extremistas fotografados no Capitólio foi demitido pela empresa onde trabalhava após ser identificado pelo crachá que portava durante a invasão. Em nota, a companhia de marketing Navistar, de Maryland, afirmou que despediria outros funcionários que fossem flagrados na mesma situação. O nome do invasor não foi revelado.
Na mesma linha, a empresa de análise de dados Cogensia demitiu Bradley Rukstales — que era justamente o diretor da companhia. Ele foi preso pela invasão ao Capitólio. Em nota, o novo gestor disse que a decisão foi tomada porque atitude de Rukstales “foi inconsistente com os valores centrais da Cogensia”.
“Pretendemos continuar abraçando os valores da integridade, diversidade e transparência nas nossas operações de negócios, e a empresa espera que todos seus funcionários abracem esses valores também”, disse o diretor Joel Schiltz.
Cinco pessoas morreram na invasão: uma apoiadora de Trump baleada ao tentar escalar uma porta trancada pelos policiais, outros três ativistas que tiveram problemas de saúde durante o tumulto, e um policial. Além disso, houve ameaças de bomba nas sedes dos partidos. O FBI ainda busca quem plantou os explosivos. A recompensa a quem oferecer informações chega a US$ 50 mil.