Terça-feira, 07 de outubro de 2025
Por Rogério Pons da Silva | 7 de outubro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Em nosso querido e cordial Brasil convivemos ao longo de séculos com uma instituição abstrata, mas muito atuante, a Malandragem, também atende pelo nome de jeitinho brasileiro.
Cada um de nós guarda consigo uma coleção de eventos da Malandragem ou “jeitinho”, do qual já vivenciou ou foi vítima.
Em nosso convívio diário, a Malandragem foi sendo incorporada na cultura brasileira e ao invés de incentivar nos em práticas honestas, pelo contrário, somos bem tolerantes e culturalmente conformados.
Assim, o Brasil inovou mais uma vez no mundo encantado das leis e da burocracia estatal, criando a mais uma nova dicotomia
Homem ou mulher, noite ou dia, feio ou bonito, careca ou cabeludo são fichinha se comparado com
Malandragem x leis
Repara que faço questão de escrever Malandragem com letra maiúscula, é uma instituição brasileira de tradição e respeito.
A Malandragem enfrenta leis, regulamentos, portarias e se bobear até a constituição federal.
Além de muito criativa, a Malandragem é também “ecumênica”, ou seja, circula por qualquer classe social, religião ou mesmo preferência política.
Aliás, é justamente na política onde ela reina absoluta e brilha com todo seu esplendor!
Atuando com desenvoltura para atingir seus objetivos, com suas artimanhas criativas, de forma burlar qualquer coisa que esteja no caminho de sua vantagem ilícita ou lucro fácil.
À medida que a burocracia vai criando mecanismos para barrá-la, a Malandragem contra ataca.
É como um vírus, que vai “mutando” para se manter livre e atuante.
Daí resulta num emaranhado de leis onde tudo pode ser condenado e tudo pode ser absolvido.
Uma das “jóias” da Malandragem brasileira foi quando uma universidade que estabeleceu como critério de tonalidade de pele para cotas de candidatos, sem precisar fazer o vestibular. Uma sandice acadêmica.
“Deixaram a bola picando” a Malandragem não titubeou com uma das mais incríveis artimanhas da vagabundagem criativa.
Os candidatos branco retintos se utilizavam da tecnologia de bronzeamento artificial para serem contemplados, ou seja, ao invés de estudarem, os queridos pagavam sessões de bronzeamento, de forma atingir o matiz de cor aceito para o benefício das cotas.
Imaginem que profissionais estarão no mercado saídos desta mente insana.
Passado um tempo a instituição percebeu a burla e alterou as regras.
Em episódio recente ainda repercutindo no noticiário, sobre as bebidas alcoólicas com metanol, a Malandragem associou-se a um poderoso aliado, a Ignorância.
Malandragem e Ignorância juntas representam, ganhar dinheiro fácil sem a menor ideia da extensão dos danos.
“Não dá nada, é de boa!”
Provavelmente assim ou forma semelhante os autores do crime exclamaram para resumir que a “estratégia” adotada não teria consequências, seria só alegria.
A Malandragem e o Jeitinho deveriam ser reprimidos, este tipo de esperteza parece quase inofensivo, mas quando se junta com a ignorância dá nisso!
Em breve vai chegar o calor, as festas de final de ano, o verão e o consumo de bebidas aumenta sobremaneira.
Agora, nem beber pra relaxar não vai dar mais! Tem que ficar atento.
Que as autoridades fiscalizem e punam com todo rigor a Malandragem inconsequente.
(Rogério Pons da Silva – jornalista e empresário – rponsdasilva@gmail.com)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.