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Por Redação O Sul | 14 de junho de 2019
Diversas cidades brasileiras registraram nesta sexta-feira (14) manifestações por mais recursos para a educação e contra as mudanças nas regras de aposentadoria. Convocada por centrais sindicais e outras entidades representativas de trabalhadores, a paralisação afetou, principalmente, o sistema de transporte público. As informações são da Agência Brasil.
Brasília
Desde o início da manhã, ônibus pararam de circular na capital do País. O DFTrans (Transporte Urbano do Distrito Federal), autarquia responsável por controlar e avaliar o transporte público, estimou que toda a categoria esteve paralisada.
O Metrô-DF funcionou de forma reduzida. Funcionários estão em greve há 46 dias. Em nota, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) disse que o metrô funcionaria até as 23h30.
As aulas nas escolas públicas também foram impactadas pela paralisação. Segundo o Sinpro-DF (Sindicato dos Professores no Distrito Federal), cerca de 70% dos professores aderiram ao movimento.
O Sindicato dos Bancários de Brasília também aderiu à paralisação. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em todo o País houve “casos pontuais de não funcionamento de agências em função da greve”.
São Paulo
O Metrô de São Paulo ficou parcialmente paralisado devido a adesão dos trabalhadores à greve contra a reforma da Previdência. O Metrô afirmou, por nota, que caso o serviço não fosse mantido com um mínimo de 80% de operação nos horários de pico, conforme estipulado em liminar judicial, os empregados poderiam sofrer sanções.
Parte do serviço de ônibus intermunicipais que atende a região metropolitana da capital também parou. De acordo com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), a greve afetou as linhas que atendem os municípios de Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba, com a interrupção das atividades em sete empresas da região.
Os ônibus e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) funcionaram normalmente. Na quarta-feira (12), a Prefeitura de São Paulo havia obtido uma liminar na Justiça para impedir a adesão dos cobradores e motoristas à greve.
A cidade também enfrentou manifestações em diversos pontos. Em alguns desses pontos foram feitas barricadas com pneus em chamas para impedir a passagem dos veículos.
Na rede de ensino apenas 74 escolas ficaram completamente paralisadas durante a manhã e outros 101 estabelecimentos funcionaram parcialmente. A rede estadual conta com 5,4 mil escolas.
Rio de Janeiro
Duas rodovias foram ocupadas por manifestantes na capital fluminense. O principal protesto foi realizado pela manhã, na BR-101, na altura do município de Campos.
Na capital, manifestantes fecharam parcialmente a Avenida Brasil, na altura do Caju, próximo ao centro. A polícia usou bombas de efeito moral para dispersar a multidão. O trânsito foi liberado pouco antes das 8h.
Pouco depois das 18h, uma passeata marcou o dia de greve geral. Os manifestantes ocuparam a Avenida Presidente Vargas e foram em passeata à Central do Brasil. Estudantes, sindicalistas e trabalhadores gritavam palavras de ordem contra as mudanças propostas. O policiamento na região foi reforçado.
Quando os manifestantes chegaram em frente ao Comando Militar do Leste, houve o disparo de um foguete em direção ao prédio do comando. Foram lançadas bombas de gás e efeito moral. O local estava cercado com grades, soldados da cavalaria e dois blindados. Policiais militares também lançaram bombas de gás para dispersar os manifestantes, que recuaram em direção à Avenida Rio Branco.
Região Sul
Manifestantes contrários à reforma da Previdência bloquearam totalmente os dois sentidos do Contorno Sul de Curitiba, das 7h às 9h. Outro bloqueio ocorreu na BR-476, em Araucária, nas imediações da Petrobras.
A Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul esteve em prontidão ao longo da sexta-feira para manter a ordem pública e a segurança da população. A corporação informou que 76 pessoas foram presas em todo o Estado, sendo 54 pessoas em Porto Alegre, 10 em Pelotas, seis em Sapucaia, quatro em Canoas, uma em Alvorada e uma em Cachoeirinha. A EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) acompanhou o trânsito e os protestos.
Bolsonaro comenta greve
Durante um café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro foi perguntado sobre a greve. O presidente disse ver o movimento como algo natural. “[Vejo] com muita naturalidade. Quando resolvi me candidatar, sabia que ia passar por isso”, disse.
Sobre reforma da Previdência, alvo das paralisações, Bolsonaro voltou a defender a importância das mudanças nas regras da aposentadoria, sem as quais os empresários não terão “segurança para investir”.