“Quando foi deflagrada em novembro de 2014 e teve buscas e apreensões de Márcio e Rogério eu alertei eles, a primeira coisa: vocês não vão ter nada em seus computadores de coisas que vão comprometer a empresa”, afirmou o delator, no Termo 45.
“Estava mencionando duas questões aí: tanto eles terem coisas que comprometessem como também a essa altura do campeonato eu estava preocupado com grampos, imaginávamos que o pessoal poderia estar fazendo grampos de qualquer natureza”, afirmou o delator.
“Alertei isso a eles e com certeza mencionei com outros executivos, mas na época o pessoal do jurídico me alertou logo depois: ‘Olha vamos olhar questão de grampos e de rastreamento, mas não vamos fazer destruição porque caracteriza destruição de provas”’, disse Marcelo.
Quando foi alvo das denúncias do Ministério Público Federal, em Curitiba, Odebrecht reagiu duramente e negou qualquer atuação para tentar obstruir a Justiça ou dificultar as investigações.
O delator disse que pessoalmente não apagou material, mas pode ser que algum executivo tenha destruído provas.
“Quando tomei a iniciativa não estava pensando nisso, aí tomei consciência. Tanto assim, que eu não apaguei nada. E até o pessoal me falou? Marcelo além de ser destruição de provas, é improdutivo. Porque depois que está no meio digital você não consegue apagar, esqueça.”