Segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de março de 2016
A amigos, o marqueteiro Duda Mendonça tem dito que cansou de ser o “Judas”. Luiz Gonzalez, que comandou campanhas presidenciais para os tucanos, comenta em seu círculo que já não tem mais idade para essas “gincanas”. João Santana, artífice da reeleição de Lula e das duas eleições de Dilma, está atrás das grades indiciado pela Polícia Federal e tentando defender-se das acusações de ter recebido dinheiro desviado da Petrobras como pagamento pelos seus serviços nas campanhas petistas. Mesmo que estivesse livre, Santana cogitava um ano sabático, fora do Brasil.
A saída de cena dos “magos” do marketing político, como são chamados com misto de admiração e escárnio no meio, não é um fenômeno isolado. Além deles, dentre os oito profissionais experientes do mercado ouvidos pelo O Globo, seis garantiram que recusarão esse tipo de trabalho. A explicação para a debandada é dupla: a nova legislação eleitoral, que proibiu doações empresariais e estabeleceu limites de gastos, e a Operação Lava-Jato. As duas circunstâncias juntas devem mudar a cara do horário político.
“Tenho filho pequeno, se passar 15 anos preso, não o vejo”, afirmou um marqueteiro que fez campanhas importantes no Nordeste. Ele saiu do jogo. “Se eu negar dinheiro não contabilizado, eles acabam nunca pagando pelos serviços”. Quando Duda Mendonça admitiu, no processo do mensalão, ter recebido dinheiro ilegal pela campanha de Lula, em 2002, havia uma expectativa de que esse tipo de crime eleitoral fosse abandonado.
(AG)