Quarta-feira, 29 de outubro de 2025

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Carlos Roberto Schwartsmann Médicos mal vestidos

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(Foto: Freepik)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Recentemente em sala de aula perguntei as alunas, que são a maioria nas faculdades de medicina hoje, se acreditavam em “amor a primeira vista?” Todas responderam: Não!!

Entretanto se tivesse feito a mesma pergunta para minhas colegas de turma, de cinquenta anos atrás todas responderiam: Sim!

Hoje o mundo mudou muito.

É menos romântico, menos afetivo, menos solidário.

Entretanto nem tudo foi transfigurado. Quando conhecemos uma nova pessoa brota dentro de nós um dos três sentimentos: empatia, indiferença ou repulsa.

Empatia é simpatizar a primeira vista. Segundo Freud é o processo de colocar-se no lugar do outro.

Isto também ocorre quando conhecemos um novo médico. O cérebro rapidamente analisa características visuais: a aparência, os gestos, a receptividade, as expressões faciais. Sem dúvida é a avaliação inicial com uma combinação de fatores psicológicos e biológicos.

As bases da relação médico paciente é construída com confiança, respeito e credibilidade.

Uma má aparência causa uma inicial má impressão!

Nos últimos anos o padrão estético da moda foi torpedeado por rebeldia e protestos na maneira de se vestir.

Hoje aceitamos como bonitas e elegantes, roupas velhas e rasgadas, bermudas e chinelos.

Entretanto a relação médico-paciente ainda não aceitou bem esta nova postura. Ainda se exige do médico uma apresentação adequada e digna.

O modo de se vestir do médico representa profissionalismo, segurança e credibilidade. Confrontando a opinião dos contestadores, esta histórica visão pode ser confirmada com inúmeros trabalhos científicos já realizados.

Rehman, na universidade da Carolina do Sul, conclui em pesquisa com 400 pacientes que 76,3% preferem o médico de jaleco branco.

Petrili, da universidade de Michigan numa revisão sistemática da literatura, envolvendo 11533 pacientes concluiu que 80% preferem o médico usando jaleco branco ou roupa branca.

Em rara pesquisa brasileira, Yonekura da USP, analisando 477 entrevistados concluiu que a grande maioria prefere ver o médico todo de branco ou vestindo avental branco.

É comum e rotineiro encontrar médicos nos corredores do hospital mal vestidos, com calças rasgadas e tênis. Cansei de aconselhá-los, mas agora fico quieto pensando: que vergonha doutor!! Que tiro no pé!!

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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