Terça-feira, 21 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2015
A última reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária), que começa nesta terça-feira (24), deverá manter os juros inalterados em 14,25% ao ano, mas traz a expectativa de o BC (Banco Central) registrar oficialmente em seu comunicado as sinalizações já feitas ao mercado de que pode voltar a subir a taxa em 2016.
Em seus últimos contatos com economistas do mercado, a diretoria do BC tem dito que voltará a apertar a política monetária se as previsões indicarem forte risco de a inflação encerrar 2016 acima do teto da meta (6,5%).
O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (23) pelo BC, que traz as previsões do mercado sobre o comportamento da economia brasileira, reforçou essas expectativas ao prever que o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) possa fechar o próximo ano em 6,64%. Na semana passada, a previsão era de 6,5%.
Na avaliação de analistas, essa indicação de que a inflação pode estourar o teto da meta pelo segundo ano consecutivo recomendaria ao BC oficializar em seus documentos a disposição de subir os juros para tentar mantê-la abaixo de 6,5% em 2016 e buscar sua convergência para 4,5% no final de 2017.
Essa medida, segundo economistas, poderia contribuir para mudar as previsões do mercado nas próximas semanas, ajudando a reancorar as expectativas do mercado sobre a trajetória da inflação no próximo ano.
A dúvida sobre a decisão do BC, a ser divulgada nesta quarta-feira (25), vem dos mais recentes indicadores sobre o ritmo da economia brasileira. O relatório Focus prevê um retração de 3,15% neste ano, ante 3,10% na semana passada, o que tem elevado o desemprego no País. Em outubro, o País eliminou mais de 169 mil vagas com carteira assinada, o pior resultado para o mês desde outubro de 1992. No ano, foram mais de 818 mil postos cortados. (Folhapress)