Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de abril de 2025
Os dados foram divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais)
Foto: Agência BrasilO mercado de capitais bateu novo recorde, movimentando R$ 152,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano no Brasil, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Novamente, a renda fixa foi o que ajudou o recorde, com R$ 142,6 bilhões em captações, expansão de 20% em 12 meses. “O volume de ofertas no primeiro trimestre é o maior para esse período na série histórica”, afirmou o presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, Guilherme Maranhão. “É o primeiro trimestre de um ano promissor”, prosseguiu.
No final de 2024, havia certa dúvida sobre como seria este primeiro trimestre, mas os números mostraram força das captações, disse o diretor da Anbima, César Mindof.
Na renda fixa, as debêntures seguem como maior destaque, também batendo recordes em valores. Essas operações somaram R$ 103,8 bilhões, ante R$ 72 bilhões no mesmo período de 2024 e o triplo que nos primeiros três meses de 2023 (R$ 37 bilhões). Só em debêntures, foram 126 operações.
Do total do primeiro trimestre, 45% são de debêntures de infraestrutura, que isentam o investidor do Imposto de Renda. No começo de 2024, essa fatia era de 28% e, no começo de 2023, de 12%.
Maranhão afirmou que tem havido aumento do prazo médio das debêntures, por conta da maior participação dos papéis de infraestrutura, o que ajuda a elevar também as operações indexadas pelo IPCA, que mede a inflação oficial do País.
Nas debêntures em geral, o prazo médio chegou a 10,2 anos, mas considerando só as incentivadas, ficou em 16,4 anos. O Brasil atingiu prazos médios longos até quando se olha para países desenvolvidos, ressaltou Maranhão.
Na utilização dos recursos captados com debêntures, justamente por causa do crescimento dos papéis incentivados, a destinação para infraestrutura representa 42% do volume total. Em seguida, aparecem pagamento de dívidas (21%) e caixa (19%).
Na securitização, as captações via CRA (Certificado de Recebível Agrícola) e CRI (Certificado de Recebível Imobiliário) caíram no primeiro trimestre, em meio aos juros altos.
No CRI, foram R$ 11 bilhões, queda de 32% em 12 meses. No CRA, o recuo foi de 50%, para R$ 5,9 bilhões.
Já os fundos de recebíveis ficaram praticamente estáveis, em R$ 14,6 bilhões. Nas notas comerciais, o volume dobrou, somando R$ 6,78 bilhões.